Em entrevista exclusiva ao ContilNet, Ney Amorim fala sobre esportes, corrupção no futebol e política

Secretário diz que vai promover a Primeira Supertaça do Acre, um campeonato de futebol amador e que não dusputará mais o Senado, depois de duas derrotas seguidas

O Governo do Acre retoma, nesta sexta-feira (7), pela capital Rio Branco, os tempos em que o esporte, principalmente o futebol amador, movimentava todo o Estado. A informação foi dada pelo ex-deputado estadual Ney Amorim, atual secretário de Esportes do Estado, ao anunciar que na sexta (7), será aberta a Primeira Taça Acreama, um torneio de futebol que vai reunir mais de 60 equipes da capital e do interior em partidas de futebol para se descobrir o time campeão.

A abertura do torneio vai ocorrer no Estádio “Florestão”, na Via Verde, bairro Floresta Sul, numa solenidade para a qual os convites vêm sendo feitos por ninguém menos que o goleiro do Palmeiras, o acreano Werveton, que foi revelado para o futebol mundial na periferia de Rio Branco em eventos como o que está sendo anunciado.

Secretário de Esporte, Ney Amorim/Foto: ContilNet

É o que revela Ney Amorim na entrevista a seguir, na qual também aborda assuntos da política e também fala sobre a CPI do Senado que está investigando corrupção no futebol brasileiro. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O que será de fato esta Super Taça do Acre?

Ney Amorim – Será o maior campeonato de futebol da história do Acre. A Super Taça vai acontecer em todo Estado do Acre. Só em Rio Branco nós teremos 1.500 atletas inscritos em 62 equipes.

São, então, times suburbanos?

Ney Amorim – Eu chamaria de times de um campeonato amador. Não são atletas profissionais, mas muitos bem que poderiam seguir carreira profissional, se quisessem.

E qual é a idade média desses atletas?

Ney Amorim –  É aberto, sem imposição de limite de idades. Isso foi possível com conversas da gente, enquanto Governo, com as diversas ligas e federações e fomos aconselhados em não limitar a idade dos atletas. Está, portanto, aberta as idades dos jogadores.

E qual será o prêmio para o time vencedor?

Ney Amorim – R$ 50 mil. Recursos obtidos através dos patrocinadores. 

E qual a duração do campeonato?

Ney Amorim – A abertura é amanhã e vai durar mais ou menos 40 a 50 dias porque são muitas equipes e isso vai demorar algum tempo.

Haverá jogos no Arena da Floresta?

Ney Amorim – No Arena da Floresta ainda não, porque nós ainda estamos em reforma da estrutura do estádio e o trabalho deve durar ainda mais uns 40 dias. Mas teremos outras praças de esportes. A abertura será no Estádio da Federação, no chamado “Florestão”. Na abertura, haverá ainda os desfiles das musas dos times. Teremos pelo menos 30 musas de equipes. Cada equipe poderá levar sua musa para desfilar. Haverá também premiação para a torcida. Para isso, estamos fazendo parcerias com dez empresários cujo retorno para eles será a divulgação dos nomes das empresas e de suas atividades. Cada empresário vai entrar com uma quantia. Uns vão dar um pix em sorteio para quem estiver assistindo, outro dará o prêmio para a musa eleita a mais bela e no fim haverá os recursos para quem for o campeão da Super Taca. Enfim, vai ser um evento bem bacana que está movimentando as nossas comunidades, aqui na capital através da Umarb (União dos Moradores de Rio Branco), através dos presidentes de associações de moradores, de ligas e das federações.

Ney Amorim, novo secretário de Esportes/Foto: Reprodução

O senhor acha possível haver continuidade desse campeonato após esta Primeira Super Taca?

Ney Amorim – Esse é o nosso primeiro evento, que a gente está fazendo em apenas cinco meses em que estou à frente da Secretaria de Esportes. Mas nesse período já fizemos o campeonato de futebol de salão feminino, que também foi um sucesso, cuja final será realizada agora. Concluindo esse campeonato, vamos realizar este campeonato que estamos divulgando agora e depois disso nós vamos estar fazendo um outro evento pelo qual tenho sido muito cobrado, que é a Copa Cristã, um evento para os evangélicos, de futebol também. 

Os evangélicos jogam futebol também além de orar?

Ney Amorim – Sim, há uns evangélicos por aí muito bons de bola. Há mesmo nesse campo uma turma muito boa. E nós estamos fazendo também contatos com as diversas federações de handebol, basquetebol, ciclismo, atletismo, enfim, queremos envolver todas as modalidades de atletismo em nosso Estado.

O senhor acha que a partir desse primeiro campeonato virá outros. Passará a ser um evento anual?

Ney Amorim – Com certeza. Teremos todos os anos, se Deus quiser. Aquele tempo que levava os críticos do governo a dizerem que o Acre não tinha mais esporte, acabou. Inclusive, quando me convidou para assumir a Secretaria de Esportes, foi o que o governador Gladson Cameli me pediu. Ele disse: eu quero uma nova cara para o esporte do Acre e quero que o esporte aconteça porque estou. Então esse é o nosso papel. É um grande desafio estamos encarando, trabalhando firme e creio que a partir de agora teremos esportes e sempre belas festas.

O senhor chega à Secretaria de Esportes no momento em que está instalada no Senado Federal uma CPI para investigar manipulação de jogos e de apostas no futebol brasileiro. Há até informações de que atletas e equipes do Acre têm envolvimento com este que já é de longe o maior escândalo do futebol nacional e que serão investigados. O que o senhor tem a dizer sobre isso? 

Ney Amorim – Primeiro, sinceramente, eu lamento que uma coisa tão bonita e tantas vezes campeão mundial, como é o futebol brasileiro, chegue a essa condição. Eu estou acompanhando isso não só a nível de Acre mas de todo o Brasil.

Ney Amorim/Foto: ContilNet

O senhor diria que há atletas e equipes do Acre envolvidos?

Ney Amorim –  Não posso afirmar isso categoricamente porque não tive acesso às investigações. O que posso dizer que é algo que envergonha o esporte e o futebol brasileiro, inclusive por sua condição de penta campeão mundial.

Há chances de atletas e equipes do Acre virem a ser ouvidos? A verdade é que, se as informações se confirmarem, essas pessoas deixam de ser esportistas e dirigentes e passam à condição de criminosos. Não é isso?

Ney Amorim – Sim, seriam criminosos. Mas acho que é necessária a investigação. Esse movimento pode ser importante para o futebol brasileiro, que a continuar assim entraria para uma situação muito difícil. Se os nossos atletas entrarem nisso, nós não vamos ter mais futebol. A verdade é que essas casas de apostas estão corrompendo alguns atletas, alguns, é bom que se diga, mas colocando outros sob suspeitas.

E o Acre está metido ou não nesse escândalo?

Ney Amorim – Eu vi que o Acre está sob suspeita. Não me recordo agora o nome da equipe. É um debate ruim, uma página negativa para o esporte e eu espero que isso seja apurado o mais breve possível e que a gente possa tirar coisas boas depois disso, com a valorização do esporte de fato.

O que esperar do Ney Amorim, que é essencialmente um político, com várias eleicões disputadas, inclusive com derrotas marcantes, à frente da Secretaria de Esportes do Acre? 

Ney Amorim – Primeiro, muito trabalho, porque a gente está se empenhando bem. Segundo, porque estou fazendo aquilo que eu realmente gosto. Estou feliz. O governador Gladson Cameli me deu a oportunidade de eu estar numa pasta que trata daquilo que eu efetivamente gosto de fazer e que é de onde eu vim.

O senhor jogou bola?

Ney Amorim – Na verdade, eu nunca fui profissional. Mas se você perguntar por aí, alguém há de lembrar do Ney Amorim batendo bola. É só ali, na quadra do Palheiral, que era meu quintal, na Baixada da Sobral, no Campo do Vidal, e outros como a quadra do Colégio Serafim Salgado, o campo da Semsur, a quadra da Escola Heloísa Mourão Marques. Por ali, eu joguei tudo. Vim para a política dessa área do esporte e posso dizer que estou fazendo o que eu gosto e garanto que vou dar o máximo para que dê tudo certo e que a gente possa colocar o esporte do Acre no patamar que ele um dia alcançou e que possamos melhorar.

E seu futuro político, qual será?

Ney Amorim – Não sei. No momento estou muito focado nesta área do esporte e não estou fazendo política em relação a meu nome. Minha determinação no momento é fazer um bom trabalho e lá na frente disputar alguma coisa. O que posso adiantar por enquanto é que para o Senado, já deu, Foram duas derrotas seguidas. Na primeira vez, fiquei em terceiro lugar. Na segunda, em 2022, em segundo lugar. O que poderia ser animador para uma terceira disputa, me trouxe a certeza de que, para o Senado, por enquanto, já deu. Mas não sai da política. Sou presidente de um Partido no Acre, o Podemos, que tem mais de 130 pré-candidatos a vereadores em vários municípios do Acre, incluindo a capital, e pelo menos três pré-candidatos a prefeitos com potencial de eleição. Temos dois deputados estaduais do Partido na Assembleia (Fagner Calegário e André Vale), dez vereadores com mandato, dois deles na capital e temos a pretensão de, na eleição deste ano, ampliamos a bancada na Câmara com mais um vereador.  Dos dez candidatos a prefeitos, imaginamos que podemos eleger dois ou três. Os dois com chances reais de eleicão são Itamar de Sá e Burica, que já foram prefeitos (respectivamente, em Marechal Thaumaturgo e Rodrigues Alves) e que disputam com chances reais de eleição.  Zé Maria, em Porto Acre, ex-prefeito, pode ser o nosso terceiro prefeito. Ele está muito bem na disputa.

Coincidência ou não, assim como o senhor, todos são ex-petistas, não é?

Ney Amorim – Sim, somos velhos companheiros, que nos conhecemos faz vários anos, e decidimos nos reagrupar sob outras siglas. Estamos muito confiantes.

Veja o convite do goleiro Weverton:

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