Pode parecer brincadeira de mau gosto, mas é fato: que os astronautas Neil Armostrong e Buzz Adrin, o os primeiros seres humanos a irem à Lua, deixaram, mais que a bandeira norte-americana fincada e as suas pegadas em solo lunar. Por ali, eles deixaram, também pelo menos 90 bolsas de fezes e urina dos dois que passearam pelo solo lunar e do terceiro astronauta da Missão Apolo11, o piloto Michael Collins, aquele que ficou dentro da nave espacial enquanto seus companheiros de aventura passeavam lá fora e deixavam as porcarias que produziram ao longo de oito dias de viagem.
Desde aquele a 20 de julho de 1969, as fezes e urina dos astronautas deixadas em solo lunar viraram um problema de literal magnitude interplanetária porque, ao contrário da Terra, onde a gravidade e a atmosfera terrestre a tudo transforma, na Lua, por falta desses elementos, tudo ainda estaria por lá, às vezes no solo, às vezes flutuado, imaginam os cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana a responsável pela ida do ser humano ao satélite. Um péssimo exemplo, portanto, e um cartão de visita nada agradável em caso de haver vida inteligente além da Terra e que, uma vez também indo à lua, venham a se deparar com a imundície.
Pensando nisso, desde 1969, a Nasa faz um desafio aos cidadãos do mundo inteiro e se dispõe a pagar prêmios de até R$ 17 milhões, para quem apontar soluções para transformar resíduos humanos em recursos úteis durante missões espaciais.
Desde 1969 essa questão permanece sem solução definitiva: como lidar com os resíduos humanos no espaço? Na Terra, fezes e urina podem parecer detalhes de somenas importâncias quando comparados à grandeza de uma missão espacial. No entanto, no espaço, o problema é uma preocupação séria.
Para evitar contaminação e garantir a saúde dos astronautas, a Nasa agora está pedindo ajuda para resolver esse desafio espacial.
Cientistas aponta que a gravidade zero no espaço traz uma série de complicações. Quando estamos na Terra, a gestão de resíduos humanos é fácil, pois a gravidade faz o trabalho de manter tudo no lugar. No espaço, no entanto, a falta de gravidade cria um cenário completamente diferente.
Os astronautas não podem simplesmente usar banheiros como fazemos aqui. O que pode parecer simples, torna-se um problema muito maior quando as fezes e a urina podem flutuar livremente dentro de uma nave espacial.
Nas primeiras missões da Nasa, como as famosas missões Apolo, os engenheiros e especialistas em aeronáutica não conseguiram resolver esse problema de forma eficaz. Para se ter uma ideia, durante as missões à Lua, 96 bolsas de resíduos humanos foram deixadas na superfície lunar! Sim, isso mesmo: junto com as pegadas de Neil Armstrong e o módulo lunar, há sacos de lixo por lá.
E agora, com o plano da Nasa de voltar à Lua nas missões Artemis, esse desafio espacial retorna. Resolver o problema dos resíduos no espaço se tornou essencial para garantir que essas missões possam ser conduzidas de maneira sustentável e segura.
A Nasa lançou o “LunaRecycle Challenge“, um concurso que promete mudar o jogo na gestão de resíduos espaciais. O concurso oferece prêmios de até US$ 3 milhões (cerca de R$ 17 milhões) para quem conseguir desenvolver tecnologias inovadoras que possam reciclar ou gerenciar os resíduos humanos de maneira eficiente durante missões espaciais de longa duração.
A ideia é simples: encontrar uma solução que permita transformar o lixo humano em produtos úteis, ajudando a reduzir o impacto ambiental durante a exploração espacial e também facilitando a vida dos astronautas. O desafio está dividido em duas categorias: O concurso busca incentivar soluções que sejam práticas tanto para o espaço quanto para a Terra. Sim, o objetivo final da Nasa é que as ideias inovadoras geradas para o espaço também possam ser aplicadas aqui no nosso planeta. Afinal, a gestão de resíduos é um problema global que afeta tanto o espaço quanto o meio ambiente terrestre.
As inscrições podem ser feitas até 30 de janeiro de 2025, através do site da Universidade do Alabama, que está coordenando o concurso em parceria com a AI Spacefactory. Esta é uma oportunidade única de contribuir para o futuro da exploração espacial, além de desenvolver soluções que podem beneficiar diretamente a Terra.
O LunaRecycle Challenge é mais uma prova de que a NASA está sempre de olho no futuro e em maneiras de tornar a exploração espacial mais eficiente, segura e sustentável. Resolver o problema dos resíduos no espaço não é apenas uma questão técnica, mas um passo essencial para garantir que a humanidade possa explorar novos mundos de forma responsável.
O que você está esperando para não participar do concurso?
Vale à pena arriscar-se…