O empresário amazonense Chester de Souza Gontijo, 59 anos de idade, chefe da Igreja daimista “Céu do Sol Nascente”, em Manaus (AM), disse, nesta quinta-feira (15), ao ContilNet, que as denúncias feitas por sua ex-mulher Mariana, 26 anos, e sua ex-cunhada cunhada Maria Clara Oliveira Ferreiro, de 20, de violência, assédio e estupro são falsas.
VEJA MAIS: Novas denúncias: irmãs acreanas acusam dirigente de igreja do Santo Daime de abuso e estupro

Chester de Souza Gontijo, de 59 anos de idade, chefe da Igreja daimista “Céu do Sol Nascente”, em Manaus (AM)/Foto: Reprodução
As irmãs acreanas viviam na comunidade daimista “Céu do Mapiá”, em Pauini, Amazonas, quando conheceram na casa de seus pais, que moram na comunidade, o homem com o qual a mais velha delas casaria, quando tinha pouco mais de 15 anos de idade, e a mais nova, aos 13 anos, o acusaria de importunação sexual, ameaças e estupros em Manaus, quando ela visitava a irmã casada.
Confrontado com as informações, Chester de Souza Gontijo, homem de muitas posses e membro de uma família que é dona de uma rede de postos de gasolina em Manaus, além de investimentos em outros segmentos empresariais, resolveu falar. Em áudios gravados pela reportagem, ele disse que, na verdade, as denúncias das duas irmãs fazem parte de um plano de vingança contra ele, porque envolve uma criança de dez anos, filho dele com a ex-esposa Mariana.
Chester de Souza Gontijo não falou sobre as denúncias de agressões, do controle excessivo da mulher, nem dos motivos de brigas entre ele e a então esposa, a qual revelou, em entrevista ao ContilNet, que tais brigas ocorriam quando ela descobria traições por parte dele em suas constantes viagens de divulgação pelo país da doutrina do santo daime.
Tais traições, segundo a mulher, ocorriam quase sempre com filhas de seguidores da doutrina da idade com que ela se casou com ele, o que a levou a ter consciência de que estava casado com um pedófilo e predador sexual de adolescentes e, por isso, resolveu separar, levando o filho.
De acordo com a mulher, isso se confirmou porque a atual esposa de Chester, Rebeca Maia, com a qual ele casou após a separação de Mariana, teria a mesma idade que ela tinha quando conheceu o futuro marido.
Em suas declarações, Chester mostrou documentos do Ministério Público do Amazonas e do Conselho Tutelar, através dos quais buscou a posse da criança de dez anos, o que foi consentido num primeiro e depois revertido para guarda compartilhada. A criança só não ficou em sua companhia, segundo Chester, porque ele mora no interior de Roraima e não teria como acompanhar a rotina da criança e pediu que sua mãe requeresse sua guarda.
A alegação de Chester para tirar a criança de sua mãe teria sido reclamações da escola de que ele comparecia muitas vezes sem o material didático, com as roupas sujas e claros sinais de maus cuidados.
“Quando vi isso, comuniquei ao MP e ao Conselho Tutelar. Daí o ódio dessa mulher, mesmo eu continue pagando o aluguel dela, pagando a escola e sendo responsável pela educação do nosso filho. Eu procuro o bem estar e o futuro do meu filho”, disse.
Quando o repórter o confrontou com o fato de que sua esposa Mariana era apenas uma menina quando ele a conheceu e que não demonstrou preocupações com seu bem estar quando a deflorou, Chester disse que a menor havia sido emancipada pelos próprios pais.
Mariana Ferreira, a mulher que sustenta as acusações, reafirma denúncias e diz que casou menor de idade sem ser emancipada pelos pais.
Ela, que está no oitavo mês de gestação de seu segundo filho do casamento posterior à separação de Chester, reafirmou as denúncias que fez com a irmã e disse que o empresário usa a criança para infernizar sua vida e que vive difamando-a.
“Ele me chama de interesseira. Mas eu saí do casamento sem nada, mesmo ele sendo um homem rico. Moro de aluguel com o filho dele e o aluguel que ele alega pagar, de R$ 1.400 está incluso no pagamento da pensão à criança”, disse Mariana negando ter havido a emancipação por parte de seus pais quando ela era menor. “Que ele apresente o documento da emancipação”, disse ela.
“Como a mãe dele poderia cuidar melhor do nosso filho se ela tem 92 anos e é assistida por uma cuidadora de idosos. Ele usa a influência que sua família tem em Manaus para me infernizar porque o deixei por comprovar que ele é um predador sexual”, acrescentou Mariana.