O jovem Fabrício Vieira Avelino, de 21 anos, acusado de matar o adolescente Pedro Henrique Costa Dias, de 13 anos, a capacetadas, foi solto no último dia 31 de dezembro, por decisão da justiça.
SAIBA MAIS: Justiça revoga prisão de filho de PM acusado de matar adolescente a capacetadas
Segundo o promotor de Justiça responsável pelo caso, as provas colhidas até agora são insuficientes para oferecer denúncia contra Fabrício Veiga. De acordo com o MP, as circunstâncias de como o crime aconteceu não estão bem explicadas, e o promotor do caso pediu diligências complementares, entre elas acareações e até a reprodução simulada dos fatos.
O advogado de defesa de Fabrício, João Dutra, esclareceu que “é fato relevante a ausência probatória, que comprova a autoria dos fatos, e que o MP, ao invés de oferecer a denúncia, pediu ao Juízo que fosse revogada a prisão preventiva”, disse o advogado.
A mãe do adolescente que morreu após ser violentamente agredido, no dia 21 de setembro deste ano, está revoltada e não aceita a decisão da justiça.
“O juiz, o promotor e as autoridades não são pais ou mães? Eu estou falando aqui como pai e mãe, porque sou os dois. Só quem é mãe, que já passou pelo que eu passei, vai entender. Além da dor da perda do meu neném, do meu bebê, tenho que enfrentar a justiça”, disse Leya Menezes, em entrevista ao Café com Notícias.
Leya contestou o que disse a polícia sobre o filho ter morrido após sofrer golpes com um pedaço de madeira.
“Doutor Alcino [delegado] está equivocado quando cita, com toda convicção, sendo que ele não estava lá na hora, que foi uma ripada. Não foi, doutor Alcino. O senhor está equivocado. Infelizmente, eu vi, e foi um capacete. Eu tenho 49 anos e sei diferenciar um capacete de uma ripa”, continuou.
A mãe da vítima diz que o pai não foi incluído no inquérito, mesmo com o pedido dela ao delegado.
“Meus filhos saíram de casa para ir à casa do infeliz do pai, que está por aí bebendo, se divertindo e não teve luto. Eu pedi muitas vezes ao doutor Alcino que colocasse o pai no inquérito, e ele perguntou para mim quem matou meu filho. Eu, como qualquer mãe, abrindo um site policial e vendo uma matéria dessa, fico revoltada. No dia em que ele morreu, morri junto. Seu promotor, seu juiz, revejam essa situação. Meu coração está revoltado, destruído. 2024 foi o pior ano da minha vida. O rapaz passou quase 3 meses para ser preso e, depois de ser preso, foi solto”, disse a mãe.
“Se os meus filhos foram até a casa do pai atrás do dinheiro do gás, eu vou ter dinheiro para conseguir um advogado? Mas eu vou atrás dos meus direitos”, concluiu.