Um morador da comunidade Badurité, localizada ao longo do rio Iaco, zona rural de Sena Madureira, no Acre, encontrou na manhã desta segunda-feira (27) um bovino de sua propriedade morto e parcialmente devorado no fundo do pasto. Segundo relatos, o animal, um bezerro, foi abatido por uma onça, possivelmente uma pintada, que invadiu a área e arrastou a presa para próximo da mata.
De acordo com o produtor, essa não é a primeira vez que a onça ataca o rebanho da região. Ele relata que o predador já havia causado prejuízos anteriormente, comendo a criação de porco, ovelha, bode e o gado.
“Ontem a onça voltou e conseguiu pegar o bezerro. Arrastou o animal por um bom pedaço, mas, como não conseguiu levá-lo para dentro da mata, comeu parte dele no pasto mesmo e abandonou o restante. Hoje de manhã encontrei o corpo”, lamentou o morador.
Sem condições de saúde para caçar o animal, ele se diz frustrado com os prejuízos e teme novos ataques. Os restos do bezerro foram localizados somente na manhã de hoje, evidenciando a luta corporal entre o felino e a presa antes do abate.
Conflito homem-onça: um desafio constante

Onça-pintada devora boi no interior do Acre e causa prejuízo a morador. Foto: Reprodução
Casos como esse são comuns em áreas rurais próximas a florestas preservadas, onde grandes predadores como a onça-pintada convivem com criações de gado. A perda de habitat natural e a redução de presas silvestres acabam levando os felinos a buscar alimento nas propriedades, gerando conflitos entre o homem e a vida selvagem.
Especialistas apontam que o abate da onça, além de ser ilegal, compromete o equilíbrio ambiental. Como alternativa, recomendam a adoção de medidas preventivas, como o uso de cercas reforçadas, cães de guarda ou programas de manejo sustentável desenvolvidos em parceria com órgãos ambientais.
Até o momento, o morador não acionou as autoridades responsáveis, mas reforça sua preocupação com a segurança do rebanho e a continuidade de sua atividade, essencial para a subsistência da família.