PF investiga cartório acusado de agir com empresários e servidores do Incra em grilagem de terras

O material apreendido agora deve ser submetido a análise pela equipe de investigação e a perícia criminal da PF

A Polícia Federal do Acre cumpriu nesta terça-feira (16) um mandado de busca e apreensão em um cartório do município de Pauini, interior do Amazonas.

Cartório investigado fica no interior do Amazonas/Foto: PFAC

A ação faz parte da Operação Brazilian Cricket para reprimir organização criminosa atuante no sul do Amazonas, constituída por uma família de grileiros, servidores do INCRA e outros operadores, responsáveis pela prática de fraudes em cartórios e em sistemas informatizados da União, além de estelionato e lavagem de dinheiro.

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Durante as diligências, a equipe da Polícia Federal encontrou elementos que apontam para a existência de matrículas possivelmente fraudulentas, registradas no cartório de Pauini, interior do Amazonas, utilizadas por grileiros na região. Um mandado, expedido pela 7ª Vara Federal do Amazonas, foi cumprido.

A equipe encontrou elementos que apontam para a existência de matrículas possivelmente fraudulentas/Foto: PFAC

O material apreendido agora deve ser submetido a análise pela equipe de investigação e a perícia criminal da PF, podendo surgir novos fatos e pessoas investigadas.

A Operação Brazilian Cricket

A investigação é um desdobramento da Operação Xingu, que, em agosto de 2023, prendeu grupo de desmatadores, incluindo um dos condenados pelo assassinato da missionária americana Dorothy Stang.

Os elementos de prova revelaram que a família de grileiros contou com o apoio de um técnico de georreferenciamento, um ex-oficial de cartório e de servidores públicos que manipulavam matrículas de imóveis e sistemas da União para legitimar propriedades privadas localizadas dentro dos limites da Floresta Nacional do Iquiri/AM.

Uma das propriedades foi desmembrada e alienada a terceiros, gerando lucro superior a R$ 40 milhões para o grupo, cujos bens estão sendo objeto de sequestro judicial em um total de R$ 100 milhões. Entre os bens constritos, estão imóveis, veículos e uma aeronave.

O líder da organização criminosa e principal alvo da operação é considerado pela Polícia Federal como um dos maiores grileiros atuantes hoje no sul do Amazonas. Estima-se que o grupo tenha grilado mais de 100 mil hectares de terras da União.

Outro investigado no esquema, que é ex-oficial de Cartório em Pauini/AM, encontra-se preso em Manaus/AM pelo envolvimento no homicídio de um advogado da família de grileiros, ocorrido no fim de 2023.

Foram mobilizados na operação mais de 40 policiais federais nos estados da BA, AM e AC, que cumpriram três mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, dois deles na Superintendência do INCRA, em Manaus.

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