Encerrando a disciplina de “Assessoria II” do curso de Jornalismo, foi realizada pelos próprios estudantes na noite da última segunda-feira (4), no bloco Walter Félix de Souza II da Universidade Federal do Acre (Ufac), uma coletiva que tratou do tema “A relação do uso das novas tecnologias com o aumento dos casos de depressão e suicídio”.
O evento foi aberto ao público e contou com presença de acadêmicos de diversos cursos e da comunidade em geral. Entre os convidados para guiar o debate, estava Juliana Lôfego, professora do curso de Jornalismo, Álex Brandão, docente de Psicologia, e Caroline Perpétuo, médica que atua no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac).
“Cerca de um bilhão de pessoas no mundo inteiro estão no Facebook, e o sucesso dessa e de tantas outras redes sociais é a possibilidade de ter um ‘amigo’ com apenas um clique. Existe realmente essa correlação entre depressão e o mundo virtual, mas é necessário estudar cada vez mais se um resulta no quadro de outro – ou seja, se o mundo virtual colabora para um quadro de transtorno mental e vice-versa”, disse Caroline.
A depressão, como explicou o professor Álex Brandão, é um fator de risco, mas não é o único (nem o exclusivo) fator que leva à decisão suicida: “O distúrbio afetivo da depressão é um mal que atinge a Humanidade há séculos, trazendo este ‘olhar acinzentado’ sobre as coisas. Com a internet, existe a fantasia de que estamos sempre acompanhados, mesmo que, muitas vezes, o contato virtual diminua o contato real”.
“As mídias sociais, em pesquisas recentes, realmente mostraram uma ligação com determinadas situações, como a ansiedade, depressão e a perda de sono. A mais comum delas, infelizmente, vem a ser o cyberbullying. No Brasil, de acordo com a pesquisa intitulada ‘Futuro digital em foco – Brasil 2015’, nosso país é o líder global em tempo gasto nas redes sociais, com média de 21.2 minutos por acesso”, destacou Juliana.