Manifestantes protestam contra a suspensão do auxílio seguro-defeso
O deputado Luiz Gonzaga (PSDB) denunciou que um grupo de pescadores foi “agredido covardemente” por homens da Polícia Militar (PM) durante manifestação em Cruzeiro do Sul, na manhã desta sexta-feira (4).
O que era para ser apenas mais um protesto passivo dos pescadores acabou em pancadaria. Os manifestantes protestavam contra a suspensão do seguro-defeso, um benefício cedido pelo governo, mas acabaram entrando em confronto com a polícia, que usou cassetetes e spray com gás de pimenta para dispersar os trabalhadores. Nove manifestantes foram presos e encaminhados à delegacia.
Pescador diz que foi agredido pela PM
O pescador José Francisco, diz que o manifesto era passivo e a PM não precisava agir com truculência. Ele conta que foi atingido com spray de pimenta nos olhos durante a confusão.
“Estou me sentindo revoltado porque somos pessoas trabalhadoras e estamos aqui lutando por nossos direitos, mas acabamos agredidos com spray de pimenta nos olhos e arrastados como marginais. Nosso movimento é democrático e pacífico, não precisava dessa truculência policial”, disse Francisco.
Francisco critica o governo pelo corte do benefício e diz que a categoria luta apenas pelo seus direitos garantido em lei.
“Estamos revoltados com os representantes. O País está nesta situação por causa disso. Falta democracia e cumprimento dos direitos”, desabafa.
O deputado Luiz Gonzaga também criticou a “violência exagerada” por parte dos policiais que, segundo ele, impediram que os manifestantes protestassem em favor dos seus benefícios.
“Os pescadores de Cruzeiro do Sul foram agredidos covardemente pela PM. O PT tinha todo o direito de fazer suas manifestações quando era oposição, faziam tudo que queriam, mas hoje o cidadão não pode se manifestar que é preso e espancado. O movimento dos pescadores é legal. Eles têm direito ao benefício”, disse o tucano.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Segurança Pública do Acre, que informou estar ciente do confronto em Cruzeiro do Sul e que logo divulgará versão da PM sobre o ocorrido.
Suspensão do benefício
Em janeiro, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, decidiu derrubar um decreto legislativo aprovado em dezembro do ano passado pelo Congresso que garantia aos pescadores o pagamento do seguro-defeso.
Os pescadores recebiam do governo o valor correspondente à um salário mínimo, que era cedido durante o período de reprodução dos peixes, época está que a pesca é considerada proibida.
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