Senador Jorge Viana defende novas eleições; Bittar chama proposta de golpe
A carta assinada pelo senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, e outros oito senadores, defendendo que presidente Dilma Rousseff renuncie ao Palácio do Planalto e convoque novas eleições em outubro, para um mandato tampão de dois anos até as eleições gerais de 2018, continua causando polêmica no mundo politico.
O ex-deputado federal Márcio Bittar (PSDB) afirmou que os petistas são maus perdedores, e que a tentativa de convocar novas eleições, não respeitando o processo de impeachment previsto na Constituição, configura-se um verdadeiro “golpe politico” para atender aos interesses do PT, que não quer sair do poder.
Bittar afirmou que Jorge Viana usa de dois pesos e duas medidas, e que, juntamente com o restante do poder, o senador acreano estaria disposto a fazer qualquer coisa para assegurar os seus benefícios da estrutura do Estado.
“Acusam um processo, baseado na Constituição e cujo rito foi decidido pelo Supremo a pedido deles próprios, de golpe. Ao mesmo tempo pedem para mudar as regras, eleição, e a isso não acham ser golpe. Toda mudança de regra para atender a uma conveniência e cujos autores são diretamente beneficiados é quebra de contrato, é golpe”, diz o tucano.
Na carta, os senadores pedem, ainda, que a presidente envie uma proposta ao Congresso pedindo a realização de um plebiscito sobre o fim do governo, viabilizando novas eleições para driblar a impossibilidade constitucional.
Em entrevista à ContilNet na tarde desta sexta-feira (29), Jorge Viana afirmou que o pedido de convocação de novas eleições não é uma antecipação para a previsão de que o governo sairá derrotado na análise do processo de impedimento de Dilma, que agora está em tramitação no Senado.
Viana também disse que o pedido de novas eleições é necessário por extremo respeito ao voto popular. “Estamos defendendo o respeito à soberania do voto e que ela [Dilma], no limite da execução desse golpe, proponha mudança na Constituição antecipando as próximas eleições. O vice-presidente Michel Temer chamou de ‘golpe’ a tentativa de antecipação das eleições presidenciais. Voto virou golpe para golpistas, né?”, questionou Viana.
Assinaram a carta os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Cristovam Buarque (PPS-DF), Roberto Requião (PMDB-PR), Otto Alencar (PSD-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Telmário Mota (PDT-RO), Jorge Viana (PT-AC) e Paulo Paim (PT-RS).
