Sinteac cobra compromisso durante sabatina com candidatos; Marcus Alexandre não apareceu

Sem presença do candidato do PT, que alegou agendas prévias inadiáveis, o evento seguiu com cada candidato respondendo a uma pergunta feita pelos jornalistas presentes e de alguns diretores do Sinteac. Mesmo não sendo um debate, a sabatina usou das mesmas regras de um, apenas os candidatos não puderam fazer entrevistas entre si. Na abertura cada um deles teve cinco minutos para expor suas ideias para o setor da Educação e como iria tratar do tema no município no caso de ser eleito.

Ainda assim, quase como uma ironia, no sorteio de quem seria o primeiro a se pronunciar, a primeira pedra foi a 13, rejeitada pela falta do candidato. Marcus Alexandre não escapou das cobranças dos candidatos e também da presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, por não ter comparecido. De forma geral, todos os candidatos se apresentaram como conhecedores dos problemas que envolvem a Educação no município, apresentando números, seja de escolas e alunos ou até mesmo do orçamento da Capital.

debate5

Marcus Alexandre foi ausência no debate; Socorro Neri também não compareceu /Foto: ContilNet

Raimundo Vaz, o primeiro a falar, destacou haver muito discurso, mas pouca ação concreta pela atual gestão para tornar a Educação a prioridade, com muita conversa e pouca prática. Seu ponto de vista central para a Educação é a construção de um pacto entre a prefeitura, trabalhadores e a sociedade.

A única mulher candidata presente, Eliane Sinhasique destacou que a Educação é a chave para a construção da Rio Branco do futuro. Ela ressaltou principalmente a falta de saúde nas escolas, tanto para os alunos quanto para os professores, prometendo um serviço de atendimento médico direto na escola, seja para professores, alunos ou servidores.

Carlos Gomes destacou o fato de que se houver uma redução no número de cargos comissionados é possível melhorar os salários. Ele disse que vai reduzir em 70% os mais de 600 cargos na prefeitura. Sobre o orçamento, Carlos disse ainda não estar limitado pelos 25% constitucionais de investimento orçamentário na Educação, mas que vai elevar o porcentual para 30%. Ele se comprometeu em realizar concursos e reduzir a terceirização.

Escolas rurais e professores merendeiros

Questionados sobre os problemas nas escolas rurais, a primeira a responder foi Eliane, que reconheceu os problemas que os professores enfrentam ao terem de atuar como diretores, faxineiros, merendeiros e ainda darem a aula, mas recebendo apenas por um dos serviços. Ela afirmou ser necessário um complemento e incentivos para estes professores.

Já Raimundo Vaz revelou que somente 8% da população da Capital está na área rural, sendo o problema menor do que se imagina, mas onde houver uma criança, deve ter a ação do município. Ele concordou que não é justo o professor rural ter de executar todas as tarefas e não receber por isso.

Carlos afirmou ser necessária uma atenção diferenciada para a zona rural. Ele afirmou serem professores com contratos provisórios a maior parte daqueles que estão na zona rural, razão pela qual deve haver concurso para resolver a questão e fixar o professor na localidade.

debate6

Candidatos responderam perguntas e propuseram ideias para área da Educação no município /Foto: ContilNet

Mais vagas na pré-escola

Perguntados sobre os problemas da pré-escola, o primeiro a responder foi Carlos Gomes. Este revelou que somente com a revogação da redução dos impostos para as empresas de ônibus já é possível ampliar os recursos da prefeitura em R$ 8 milhões por ano. Este e outros recursos podem ampliar a oferta de vagas.

Eliane mostrou ter conhecimento do déficit de vagas na Capital, citando os números atualizados. Segundo ela, hoje a necessidade é de quase mil crianças sem vagas nas creches e para resolver o problema ela pensa em integrar as igrejas e até mesmo alugar casas e adaptá-las para receberem crianças, não só da pré-escola, mas também como berçários. Nestas, a mão de obra seria de moradores dos próprios bairros.

Raimundo Vaz apresentou uma ideia parecida com a da Sinhasique, na qual a solução passaria por um pacto da Educação envolvendo também as comunidades religiosas e as igrejas ociosas. Ele acrescentou ainda a construção de Centros Modelos no entorno das igrejas.

Servidores só são priorizados na campanha

Perguntados sobre o fato dos servidores somente serem ouvidos e priorizados na época de campanha, Raimundo Vaz disse ter construído a vida dele à frente de sindicato. Ele disse que tão logo assuma o cargo de prefeito fará a nomeação de 150 servidores de carreira, reduzindo as despesas e aumentando os recursos da previdência municipal. Ele disse ser preciso coragem e ousadia para saber cortar despesas e restabelecer os salários dos servidores.

Eliane Sinhasique respondeu informando que nos últimos três anos a prefeitura não tem gastado todo o dinheiro que recebe, sendo devolvidos recursos da ordem de 10 a 20% do que é recebido. Para ela, se trabalhar com eficácia é possível recompor os salários.

Carlos Gomes, por sua vez, disse que orçamento da Educação para este ano é da ordem de R$ 180 milhões e que dinheiro existe. Se a isso for acrescido os R$ 78 milhões de economia com a redução dos cargos comissionados, é possível encontrar os recursos para melhorar os salários dos servidores.

Ensino especial nas escolas

Sobre o ensino especial nas escolas, Carlos Gomes disse ser necessário melhorar a infraestrutura, o acesso e ainda capacitar os servidores para receber as crianças com necessidades especiais.

Raimundo Vaz revelou que a prefeitura não deu a atenção especial durante a edição do plano decenal, que foi modificado pelos vereadores, vetado pelo prefeito, mas mantido pela Câmara com a derrubada do veto. No entanto, reconheceu ser preciso fazer ainda mais para melhorar o acolhimento dos alunos deficientes.

Eliane Sinhasique revelou serem que problemas de saúde são abrangentes a todos, deficientes ou não, e uma vez estes problemas identificados e atendidos, todas as crianças apresentarão melhores resultados. Para ela, a escola precisa ser acessível e agradável.

Servidores terceirizados

Quando o assunto foi os servidores terceirizados, ouve talvez a única divergência entre os candidatos. Carlos Gomes disse que estes servidores costumam ser vítimas de assédio moral e a solução é a realização de concursos.

Raimundo Vaz disse que no orçamento deste ano estão previstos R$ 180 milhões para serem gastos com terceirizados. Para ele, a terceirização é um mal para a máquina pública e corrói a previdência municipal.

Eliane Sinhasique, por sua vez, disse que na atual conjuntura não há como parar com a terceirização, pois esta custa menos aos cofres públicos. Segundo ela, se fossem transformados em servidores de carreira, teria sido ultrapassado o limite de 54% dos gastos.

prefeituraveis-e-rosana

Professora Rosana Nascimento cobrou compromisso dos candidatos /Foto: ContilNet

Sinteac apresenta lista de pedidos

Ao final da coletiva, a presidente do Sinteac, Rosana Nascimento falou em nome da categoria. Ela reclamou da falta de compromisso do candidato Marcus Alexandre, que para ela já mostrou como vai tratar a Educação se for reeleito.

Ela apresentou aos candidatos presentes uma lista de reivindicações da categoria, pedido para estes assinarem e assumirem o compromisso de ao menos tentarem implementarem as ações.

Segundo Rosana, as reivindicações são as mesmas que têm sido apresentadas à prefeitura desde a gestão de Raimundo Angelim, sem qualquer solução e apenas preveem a valorização profissional.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost