Em meio à crise política e ao cenário de retração econômica, o Ministério da Cultura (MinC), já tradicionalmente parco em verbas, não vive dias fáceis. Há, porém, um setor específico da cultura que navega em águas bem menos turbulentas do que a média neste ano de 2015: o audiovisual.
Juca Ferreira, em julho deste ano, discutindo os rumos do audiovisual com representantes do Congresso Nacional de Cinema. (Foto: Divulgação) |
Revista de CINEMA – Sabemos que as mudanças no setor se devem, em parte, à Lei 12.485, que criou uma demanda, antes inexistente, por conteúdo nacional. Essa lei, apesar de ter sido objeto de cinco anos de debates no Congresso, ainda está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal. Politicamente, as medidas de proteção ao conteúdo local ainda têm um custo alto? Ainda existem ameaças de retaliação por parte dos EUA, por exemplo?
Juca anuncia, durante o RioContentMarket 2015, que o audiovisual é uma das prioridades do Ministério da Cultura. (Foto: Gustavo Serrate/MinC) |
Revista de CINEMA – O senhor disse, durante o RioContentMarket, que o fortalecimento do audiovisual brasileiro é uma das prioridades do MinC. Trata-se, ao mesmo tempo, do setor da cultura talvez mais bem atendido hoje – tanto em termos de verbas quanto de estrutura. Por que mantê-lo como prioritário?
Juca discursou na inauguração da Spcine, em São Paulo, reforçando a parceria da Ancine e do FSA com os Estados e municípios. (Foto: Gustavo Serrate/MinC) |
Revista de CINEMA – Apesar de sabermos que, em quase todos os países, a produção audiovisual recebe subvenções estatais e é amparada por políticas de proteção, o mercado brasileiro ainda ressente-se da falta de alternativas sólidas que complementem o financiamento público. O senhor consegue vislumbrar no horizonte um momento no qual essas políticas sejam apenas auxiliares e não a base de tudo?