Nesta sexta-feira (25), é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher. Mas no Brasil esta data está longe de ser comemorativa, é uma data de reflexão tendo em vista que é um dos países com os maiores índices de assassinatos de mulheres do mundo co uma taxa de 4,8 assassinatos para cada 100 mil mulheres, ocupando a quinta posição em um ranking de 83 nações, sSegundo dados do Mapa de Violência 2015.
Ainda de acordo com o mapa, o Brasil registra ao menos 13 homicídios femininos por dia, o estudo foi feito entre os anos de 2003 e 2013 e mostra que nos últimos 10 anos o número de casos de violência contra a mulher teve um aumento de 21%. O Acre aparece como o quinto estado onde mais se mata mulheres e Rio Branco a nona capital.
Em março deste ano, a lei do Feminicidio passou a vigorar no país, com isto, a punição para crimes contra a mulher passaram a ser mais severas. Trata-se como feminicídio, o assassinato de uma mulher pela simples condição de ser mulher. Suas motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, comuns em sociedades marcadas pela associação de papéis discriminatórios ao feminino, como é o caso brasileiro.
Nesta sexta-feira (25), é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher/Foto: Reprodução.
É o caso de Keyla Viviane, vendedora que foi morta a facadas pelo ex-marido que não aceitava o fim do relacionamento. Viviane foi morta em frente á loja onde trabalhava, em Rio Branco e o caso comoveu a população. O assassino, Adjunior Sena, foi julgado e condenado à 27 anos de prisão e segundo Matheus Tavares, sobrinho da vítima, a pena é reflexo da lei do feminicídio “eu achava que a pena ia ser menor, fiquei surpreso que tenha sido uma pena relativamente longa, ele tem que pagar pelo que fez, a lei veio fortalecer a luta e com isso, nós que lutamos pela não-violência contra as mulheres vemos que as leis não estão mais tão brandas”.
Após a aprovação da Lei do Feminicídio, os números dos casos em Rio Branco parecem ter diminuído: em 2013 foram registradas 9 mortes de mulheres em 2014 o número foi o mesmo e em 2015, ano de aprovação da lei o número diminuiu para 6, até Junho deste ano foram registrados 3 mortes de mulheres na condição de feminicidio.
Por outro lado, de acordo com o 10º Anuário de Segurança Pública, divulgado em Outubro deste ano, o Acre é o estado com maior índice de estupros consumados do país: 65,2%. No Brasil, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Se este número é alarmante, mais grave ainda é o fato de que apenas 10% dos casos são registrados. O senador disse que foram notificados quase 50 mil casos de estupro em 2015, estima-se ainda que meio milhão de brasileiras sofreram estupro sem prestar queixa, ou seja, para cada estupro notificado numa delegacia, existem outros dez que não foram denunciados.