Número de acidentes de trabalho por transtornos mentais cresce no Acre

Em termos estatísticos, 2% pode até ser considerado um índice pequeno. No entanto, o número de acidentes no trabalho devido a transtornos mentais e comportamentais no Acre vem se elevando ao longo dos anos. De 1,5% em 2010, subiu para 2% no ano de 2016, segundo pesquisa divulgada na palestra “Fatores psicossociais do trabalho na saúde do trabalhador”, realizada pelo SESI/AC no auditório da FIEAC, na última terça-feira, 16 de outubro.

O evento, que faz parte do projeto “Desenvolvimento de competências e ações de sensibilização em fatores psicossociais no Departamento Regional do Acre”, foi direcionado para empresários, gestores de RH e responsáveis das indústrias acreanas, com a finalidade de desenvolver competências para realizar a gestão dos afastamentos por fatores psicossociais. Os palestrantes Fernando Rosa e Ângela Maria Fink apresentaram a metodologia que vem sendo desenvolvida no Centro de Inovação do SESI/Rio Grande do Sul.

De acordo com Ângela, no cenário mundial, tem-se gastado muito dinheiro com problemas relacionados à saúde mental, que é um dos fatores psicossociais. “No Estado do Acre, há um salto em relação a isso, acima da média brasileira. Uma evolução bem grande em seis anos”, alertou. “Anualmente, são 320 milhões de problemas relacionados à depressão no mundo. São 30 milhões, somente no Brasil. São números alarmantes. Precisamos nos preocupar com esta situação, como o SESI do Acre vem fazendo”, concluiu.

O evento faz parte do projeto “Desenvolvimento de competências e ações de sensibilização em fatores psicossociais no Departamento Regional do Acre”/Foto: Ascom Fieac

RISCOS – A quantidade de trabalho, sua complexidade, monotonia, condições e salário estão entre os mais apontados fatores psicossociais no trabalho, que são, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o equilíbrio e a interação entre o meio ambiente, as condições de trabalho, condições organizacionais, funções e esforço do trabalhador. Entre as medidas preventivas, os palestrantes destacaram a promoção da qualidade de vida com atividades profiláticas e protetoras, a fim de eliminar ou reduzir os potenciais riscos, tais como a valorização do trabalhador e melhorias nas relações interpessoais, suporte social, clima e cultura organizacional, entre outros.

“O Centro de Inovação é uma iniciativa recente do SESI, que vem mergulhando em alguns temas, como os fatores psicossociais. Eles foram criados para ajudar as indústrias e empresas em geral a entender um pouco melhor e reduzir os custos em segurança e saúde do trabalhador. Estamos buscando inovação em saúde”, explicou Fernando.

Para o presidente da FIEAC e diretor regional do SESI, José Adriano, o assunto é de extrema importância, uma vez que a saúde do trabalhador reflete diretamente na produtividade da empresa. “As pessoas são a parte mais importante de qualquer processo dentro de uma organização. É por isso que o SESI investe tanto em ações preventivas e soluções na área de SST”, observou.

A assistente social do Supermercado Araújo, Eliane Silva, afirma que cada vez mais as empresas precisam despertar para os fatores psicossociais. “Temos convicção de que boa parte das pessoas que se afastam, atualmente, das empresas, é devido a isso. A palestra veio clarear nossa mente para nos ajudar a plantar uma semente dentro da nossa organização, a fim de trazer mudanças que melhorem o ambiente e condições de trabalho dos nossos colaboradores. O setor de RH tem papel fundamental nisso”, concluiu.

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