Bloqueio já dura mais de 40 horas na BR-364 e governador acreano entra na briga

O governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas) entrou na briga pelo desbloqueio da BR-364 na localidade de Extrema, na divisa entre este estado e o de Rondônia, na região conhecida como “Ponta do Abunã’, onde ficam também as comunidades de Vista Alegre e Nova Califórnia. O bloqueio da rodovia, nos dois sentidos, já dura mais de 40 horas. Ninguém entra e ninguém sai do Acre pela rodovia, que é o único elo do estado com o mapa rodoviário do país.

Trata-se de um protesto de pais de alunos da região contra a Prefeitura de Porto Velho, capital de Rondônia. Eles reivindicam transporte escolar rural para seus filhos. As aulas deste ano não teriam sido iniciadas, dizem os manifestantes, por falta de transporte. Já há filas de caminhões nos dois sentidos, informaram motoristas de carros que conseguiram furar o bloqueio depois de muitas negociações com o comando dos manifestantes. Eles deixam passar apenas, informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Acre, que monitora a situação através do órgão em Rondônia, os chamados carros de emergências – viaturas policiais, dos Bombeiros, ambulâncias e carros transportando alimentos perecíeis.

Caminhões e carros de passeios todos presos na BR-364/Foto: ContilNet

Gladson Cameli disse que a população tem o direito de fazer as manifestações, mas lembrou que o Acre e sua população não podem ser penalizados por um problema que não lhes diz respeito e pediu a imediata intervenção do colega governador de Rondônia, Marcos Rocha (PSL). “A população tem o direito à manifestação, desde que isso não fira o direito constitucional de o cidadão ir e vir”, disse o governador acreano.

“Eu quero dividir a responsabilidade tanto do Acre quanto de Rondônia. Se não tivermos um diálogo aberto com todos que fazem esse tipo de manifestação que vai prejudicar a vida de quem não tem culpa alguma, não vamos chegar a lugar nenhum”, disse Gladson Cameli, ao admitir que vem falando com Marcos Rocha. “Eu tive sim contato com ele e estamos nesses trâmites para que a gente possa achar essa solução. Indo para esse lado de bloquear, eles estão certos em querer reivindicar. O que não podemos é politizar a situação. Não digo que esse seja o caso, mais temos outros mecanismos, que possamos resolver. E não vejo necessidade desse bloqueio”, acrescentou.

Embora não tenha revelado quais medidas tomará, o governador acreano afirmou que recorrerá ao que for necessário para evitar transtornos à população local. O movimento foi deflagrado, conforme adiantado por ContilNet na coluna “Pimenta do Reino” da edição do último domingo (7).

Embora registrado em três distritos da região, o ponto mais crítico do movimento é em Extrema. Ali, os manifestantes receberam a visita de uma comissão da Prefeitura de Porto Velho e da Câmara de Vereadores, além do Ministério Público de Rondônia, mas ignoraram o pedido de desbloqueio e afirmam que só desocupam a estrada após o envio de ônibus escolares e o início das obras de revitalização dos ramais. “Esse movimento vai ter que ter fim porque o Acre não pode pagar por isso”, disse Gladson Cameli.

 

PUBLICIDADE