Morales vai a uma rádio em La Paz pedir a pacificação da Bolívia

Continuam sob tensão as principais cidades da Bolívia, incluindo a Capital La Paz, informa o jornal “El Deber”, de Santa Cruz, nesta segunda-feira (4). Todos os protagonistas do conflito que eclodiu no último dia 20 de outubro, dia das eleições presidenciais no país, continuam movendo suas fichas. O presidente Evo Morales, cuja eleição em primeiro turno é contestada pela oposição,  transmitiu, no domingo (3), mensagem numa  rádio de San Gabriel de El Alto, no dialeto Aymara, pedindo o apoio de La Paz e El Alto para permanecer no poder.

Enquanto isso, Carlos Mesa, candidato da Comunidade Cidadã e que contesta a votação do último dia 20, agradeceu aos mais de 2 milhões de votos recebidos duas semanas antes e pediu novas eleições, com um novo Supremo Tribunal Eleitoral e a supervisão da comunidade internacional, como saída do crise.

Morales escolheu um rádio com muita penetração rural em La Paz para transmitir sua mensagem de domingo ao país. A primeira coisa que ele disse foi que o suposto golpe de estado que estava se formando não era contra ele, mas contra o povo. Ele continuou a puxar a nacionalização – ele estava em El Alto, uma cidade muito sensível com esse problema desde 2003 – para dizer que os primeiros patriotas são aqueles que recuperaram recursos naturais, não privatizadores, “que são os que geram violência para tentar voltar ao poder”

Durante sua permanência no rádio, Morales manteve um tom muito calmo, com pouco volume e falando devagar, quase sussurrando. Ele disse que tinha “muita confiança no povo boliviano” e no processo de mudança.

Por conta dos protestos, há, em toda a Bolívia, pelo menos meia dúzia de detidos e talvez a mesma quantidade de mortos, todos militantes do Movimento Socialista. Morales disse que, assim como há mortos, a oposição também busca mortos entre militares e policiais, todos para jogar a culpa em seu governo. “Entre parceiros, entre irmãos, estamos nos batendo”, lamentou

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