Melhorar a mobilidade urbana da cidade tornando as ruas espaços mais inclusivos que permitam o tráfego seguro não apenas para carros, mas para as pessoas de todas as idades que utilizam qualquer tipo de transporte. Este é o conceito do projeto Ruas Completas que a prefeita Socorro Neri está trazendo para Rio Branco cuja implantação representa uma mudança no paradigma tradicional de desenho de vias urbanas, atualmente focadas no tráfego de veículos em detrimento das pessoas.
O projeto foi tema da oficina “Mobilidade Urbana: ativa, inclusiva e segura” realizada nesta quinta-feira (07) pela Prefeitura de Rio Branco, em parceria com a WIR- Brasil e a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que, com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), coordenam a Rede Nacional para a Mobilidade de Baixo Carbono, da qual a Prefeitura de Rio Branco é uma das 19 do país a fazer parte.
A secretária municipal de Planejamento, Janete Santos, explicou que a oficina tem o objetivo de discutir conceitos e o projeto Ruas Completas. “A prefeita Socorro Neri ficou encantada quando conheceu o projeto e decidiu trazer para Rio Branco e determinou que realizássemos essa discussão com a nossa equipe técnica, mas ela não pensou só em Rio Branco, pensou também nos outros municípios do Acre enquanto presidente da Amac [Associação dos Municípios do Acre].”, destacou.
A Rede Nacional para a Mobilidade de Baixo Carbono foi lançada em 2017, com o objetivo de estimular a cooperação federativa na troca de experiências e a disseminação de conceitos de mobilidade de baixo carbono e desenvolvimento urbano sustentável.
“A Rede foi lançada em 2017, com o Projeto Ruas Completas que tem como objetivo, proporcionar a todas as pessoas, independentemente da idade, habilidade e renda, o acesso seguro, confortável e conveniente aos seus destinos, seja caminhando, dirigindo, pedalando ou utilizando o transporte coletivo.”, explicou Silvia Brilhante, secretária adjunta de planejamento.
A oficina foi ministrada pelas técnicas do WRI Brasil e da FNP/Foto: ascom
Ela acrescentou que a oficina faz parte do conjunto de ações necessárias para a implantação do projeto. “A partir da experiência do Projeto Ruas Completas em cidades brasileiras, o WRI Brasil identificou que para garantir a continuidade e a replicação de projetos de ruas mais seguras e confortáveis, é necessário avançar o trabalho para além da capacitação dos técnicos das prefeituras, propondo o envolvimento das universidades, haja vista a oportunidade de aplicação do conhecimento gerado na academia pelas prefeituras. Assim, ao identificar a lacuna na aproximação entre governo e universidades, o WRI Brasil formou uma nova rede, a Rede de Professores Universitários pelas Ruas Completas, que tem como objetivo engajar um grupo de professores de todo o Brasil para troca de experiências, referências e boas práticas sobre Ruas Completas.”, detalhou.
A oficina foi ministrada pelas técnicas do WRI Brasil e da FNP: Lara Caccia, especialista de Desenvolvimento Urbano do WRI-Brasil; Ariadne Samios, analista sênior de Mobilidade Ativa do WRI-Brasil; e Silvia Toso, gerente de projetos FNP.
Participaram gestores e técnicos das secretarias municipais de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra), Planejamento (Seplan), Meio Ambiente (Semeia), Zeladoria, RBTrans; representantes da Associação dos Munícipios do Acre; representantes das prefeituras de Acrelândia, Porto Acre, Senador Guiomard, Plácido de Castro e Bujari; coordenadores dos cursos de engenharia civil e de arquitetura e urbanismo da Faculdade da Amazônia Ocidental (FAAO), Universidade Federal do Acre e dos Centros Universitários da Uninorte e Unimeta.
Sobre Ruas Completas
A ideia é que as vias urbanas, como parte vital das cidades, proporcionem a oportunidade de convivência entre todos que nela passam, independentemente da idade, habilidade ou renda, garantindo-lhes acesso seguro, confortável e conveniente aos seus destinos, seja caminhando, dirigindo, pedalando ou utilizando o transporte coletivo.
Ruas Completas implanta uma mudança no desenho viário atual, baseado em soluções para o tráfego de veículos, cuja maioria das vias são projetadas apenas para a conveniência dos carros, transmitindo a informação para os motoristas de que o espaço é exclusivamente para eles.
Assim, visa integrar o planejamento do uso do solo com o da mobilidade tornando os projetos, a construção e a operação das redes de transporte mais eficientes e seguras contribuindo para o desenvolvimento da economia local, abrindo espaço para a mobilidade ativa e trazendo benefícios para o meio ambiente.
Dente os elementos que podem tornar uma rua completa, estão os que podem equilibrar as necessidades dos usuários, tais como: estreitamento de faixas dedicadas ao tráfego de carros; calçadas que confiram conforto e segurança aos pedestres; infraestrutura para bicicletas; instalações de transporte coletivo bem projetadas; faixas de travessias que proporcionem oportunidades frequentes para o cruzamento de vias; facilidades para pessoas com deficiência, idosos e crianças; extensões de meio-fio que diminuam a distância de travessia; árvores e mobiliário urbano; projetos seguros de interseções e redução dos raios de giro; sinalização clara para todos os usuário; iluminação; e tratamento do pavimento.
