26 de abril de 2024

IBGE: 58,7% dos lares acreanos estão com algum grau de insegurança alimentar

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (17) a Pesquisa de Orçamentos Familiares, POFs com informações sobre a composição orçamentária doméstica e sobre as condições de vida da população, incluindo a percepção subjetiva da qualidade de vida, bem como gerar bases de dados e estudos sobre o perfil nutricional da população.

Em 2017-2018, a POF estimou um total de 234 mil de domicílios particulares permanentes no Acre. Dentre esses, 41,3% estavam em situação de SA enquanto 58,7% domicílios (521 mil pessoas) particulares restantes estavam com algum grau de IA. Neste período, a proporção de domicílios em IA leve foi de 32,5%, sendo que 13,8% dos domicílios particulares estavam em IA moderada e 12,4% em IA grave.

Considerando o nível de IA grave como a forma mais severa de baixo acesso domiciliar aos alimentos, é possível afirmar, com base nos resultados da POF 2017- 2018, que cerca de 29 mil de domicílios (12,4%), passaram por privação quantitativa de alimentos, que atingiram não apenas os membros adultos da família, mas também suas crianças e adolescentes. Houve, portanto, ruptura nos padrões de alimentação nesses domicílios e a fome esteve presente entre eles, pelo menos, em alguns momentos do período de referência de 3 meses.

Considerando os resultados Regionais obtidos pela POF 2017-2018, as Regiões Norte e Nordeste do Brasil apresentaram as menores proporções de domicílios particulares em SA (43,0% e 49,7%, respectivamente), de modo que menos da metade dos moradores destas regiões tiveram acesso pleno e regular aos alimentos, tanto quantitativamente como qualitativamente. Já nas Regiões Centro-Oeste (64,8%), Sudeste (68,8%) e Sul (79,3%), mais da metade dos seus domicílios encontravam- -se em situação de SA. A proporção de IA leve foi observada em cerca de 1/3 dos domicílios particulares das Regiões Norte (31,8%) e Nordeste (29,8%), indicando um número elevado de moradores vivendo com a preocupação ou incerteza na manutenção do acesso aos alimentos, assumindo assim estratégias que acabam por comprometer a qualidade da dieta e a sustentabilidade alimentar da família.

As proporções de IA moderada e grave também foram maiores nas Regiões Norte e Nordeste. A Região Norte teve cerca de cinco vezes mais domicílios convivendo com a restrição severa de acesso aos alimentos, ou seja, com IA grave, quando comparada com a Região Sul (10,2% contra 2,2%). As Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil foram às áreas com percentuais mais elevados de domicílios particulares onde a fome esteve presente, com prevalências de IA grave de 10,2%, 7,1% e 4,7%, respectivamente.

Em contraposição, a IA grave esteve presente em menos de 5% dos domicílios das Regiões Sudeste (2,9%) e Sul (2,2%). Essas informações revelam que as desigualdades regionais de acesso aos alimentos verificadas nas PNADs de 2004, 2009 e 2013 continuaram presentes na POF 2017-2018 e que o cenário de desigualdades regionais marcados pela presença da fome continua presente nessas regiões.

Analisando as modificações ocorridas no Acre entre os anos de 2004 e 2018, observou-se que, após a tendência de aumento da SA entre os anos de 2004, 2009 e 2013, os resultados obtidos pela POF 2017-2018 foram marcados pela redução na prevalência de domicílios particulares acrianos que tinham acesso à alimentação de seus moradores de forma adequada (quantitativamente e qualitativamente).

Na POF 2017-2018, 41,3% dos domicílios no estado garantiram o acesso à alimentação adequada, proporção superior ao valor de 2004 (40,4%), época da 1a avaliação da SAN (Segurança Alimentar Nutricional) no Brasil. De forma inversa, observa-se aumento de forma expressiva de todos os graus associados à situação de IA, que vinham num cenário de redução.

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