26 de abril de 2024

Terra dos Nauas, município de Rodrigues Alves completa 28 anos nesta quarta

Um dos primeiros núcleos urbanos do interior do Acre, o município de Rodrigues Alves, no Vale do Juruá, que hoje completa 28 anos de emancipação política e administrativa, já foi o lar dos índios da etnia Nauas (que também é grafado nawas), um povo indígena de língua da família Pano, que habitava a região e que hoje está praticamente extinto por meio da colonização indiscriminada de suas terras, restando aproximadamente 300 indivíduos mestiços no município de Mâncio Lima, a alguns quilômetros dali.

Localizado no oeste do Estado do Acre, o município está situado à margem direita do Rio Juruá e um dia foi chamado de terra dos índios Náuas. Eram tempos em que o município na época era apenas a sede do “Seringal Buritizal”, que mudou de nome para Florianópolis e, em 1940, ainda na época do Acre como território federal, passou a se chamar “Colônia Rodrigues Alves”, em homenagem ao quinto presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves, que governou o país de 1902 a 1906.

Em 1960, a colônia passou a uma pequena vila de Cruzeiro do Sul. Em 28 de abril de 1992, Rodrigues Alves é desmembrada de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, e passa a ser um município do Estado do Acre, no governo de Edmundo Pinto.

Apesar de sua fundação ser em 28 de abril, a comemoração de aniversário ocorre em 28 de Julho, sendo comemorado pela tradicional marchas de todas as escolas do município.

Uma dúvida comum é a pronúncia correta do nome Rodrigues Alves. Na oralidade não há separação na pronúncia e entre “Rodrigues” e “Alves”, o “S” soa como “Z”. Sua população era de 17.945 habitantes segundo a estimativa do IBGE para 2017 e sua área é de 3.305 km² (3,8 hab./km²). Limita ao sul com o Peru, a leste com o município de Cruzeiro do Sul e a oeste com o município de Mâncio Lima.

Se já não é mais o lar dos índios Nauas, o município abriga o Parque Nacional da Serra do Divisor, uma unidade de conservação de proteção integral da natureza localizada na fronteira com o Peru, com território distribuído pelos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rodrigues Alves, onde localiza-se sua maior parte. Ali está, apontam vários estudos científicos, a maior biodiversidade do planeta, em plantas, animais e insetos.

A principal forma econômica é no extrativismo vegetal, principalmente de madeira, pecuária e de produção de farinha. É um município com forte inclinação para o catolicismo, influencia de padres alemães que sempre conviveram com a comunidade. O IBGE aponta que pelo menos 63,3% da população são católicos.

Em 1999, o município entrou para o noticiário nacional por um fato insólito: o abate de um boi para uma churrascada. Seria, no caso, só mais um churrasco se o boi não fosse chamado “Sanacre” e, adestrado, não transportasse a água do rio Juruá para bastecer escolas, repartições públicas e o pequeno posto de saúde e até a Igreja local numa época em que a antiga companhia de saneamento do Estado não prestava este tipo de serviço na localidade.

Um grupo de malfeitores, aproveitando-se da docilidade do animal, o abateram e fizeram um churrasco. A cidade, além de ficar sem água, entrou em comoção pela morte do animal.

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