O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) não esconde, nos bastidores, a mágoa que guarda do presidente Jair Bolsonaro e que o levou a se afastar do Palácio do Planalto após deixar o comando do Senado.
Segundo aliados de Alcolumbre, a mágoa tem dois motivos principais: o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dá possibilidade de ele tentar reeleição para presidência do Senado e o apagão no Amapá, estado do senador.
No caso da reeleição, Alcolumbre avalia que o Planalto o atrapalhou indiretamente, ao trabalhar para que o STF não permitisse a reeleição de Rodrigo Maia (sem partido-RJ) para a presidência da Câmara.
Nos bastidores, o Planalto trabalhava com a perspectiva de que a corte poderia, no mesmo julgamento, autorizar a reeleição de Alcolumbre e proibir a de Maia. A maioria do Supremo, porém, acabou proibindo as duas.
O ex-presidente do Senado também nunca engoliu o que considerou como falta de atenção pessoal de Bolsonaro durante o apagão no Amapá, em novembro de 2020.
No auge da crise, no início de novembro, Alcolumbre queria que o presidente fosse a Macapá. Bolsonaro, porém, disse que não poderia naquele dia, pois tinha o batizado da filha Laura na Igreja Batista Atitude (IBA) de Brasília.
Para o senador do DEM, a crise do Apagão enquanto ele comandava o Senado contribuiu para a derrota de seu irmão, Josiel Alcolumbre, nas eleições para a Prefeitura de Macapá.