Pimenta: Bocalom abre o cofre e começa a aplicar poupança de R$ 400 milhões

Ainda sobra muita lenha pra pintar e bordar e as ruas estão precisando disso

O Clássico

O prefeito Tião Bocalom (PP) caminha para concluir uma das jogadas mais antigas, porém eficazes da política nacional. No jargão do futebol é chamado de passe telegrafado. De tão óbvio, é logo desarmado pelo adversário. Com mais de R$ 400 milhões em caixa e a quase um ano de começar sua campanha à reeleição, vai começar a gastar. Tião dá a partida em sua jogada nesta sexta-feira (3), tirando do cofre só 7,5% de sua poupança, R$ 30 milhões, para dar um trato nas ruas. Ainda sobra muita lenha pra pintar e bordar e as ruas estão precisando disso.  

Tião Bocalom, prefeito de Rio Branco. Foto: ContilNet

O plano

Professor de matemática, agricultor, madeireiro e carpinteiro, Tião Bocalom, dispensa intrincadas conferências de planejamento estratégico e usa os dedos das mãos para calcular o alcance de suas ações. O programa “Recupera Rio Branco”, que ele aprovou na Câmara, prevê obras em 440 ruas em 40 bairros em 60 dias com 160 máquinas de 9 empresas visando 75 mil pessoas atingidas pelas cheias e mais de 13,4 mil pessoas que tiveram casas danificadas. As obras abrangem limpeza, remendo profundo, tapa-buraco, recapeamento, recuperação do sistema de drenagem, água, esgoto e recuperação de calçadas.

A tática

Enquanto a engenharia de planejamento estratégico utiliza de termos técnicos incompreensíveis para definir coisas simples, como “compliance” – administrar em conformidade com as leis – Tião Bocalom diz que não deixou ninguém roubar, razão do sucesso de seu setor financeiro. De acordo com ele, ao mesmo tempo em que aplica o plano de recuperação de ruas, vai construir quatro creches  já comprou tablets, computadores e uniformes escolares. E está aplicando R$ 33 milhões na Cidade Alta.  

Curitiba

Mas, a maior jogada do prefeito Tião Bocalom ainda não tem data marcada. Trata-se do plano de construir, em um só dia, 1001 casas populares de madeira reciclada. É o plano chamado “1001 Dignidades”.  Com esta finalidade, dia 24 de maio passado, Tião Bocalom foi recebido em Curitiba pelo prefeito Rafael Greca, de quem buscou cooperação técnica para executar a obra. “É um projeto inovador para a construção em único dia de 1.001 habitações de madeira, utilizando resíduo madeireiro que seria queimado. Uma iniciativa sustentável, pois vai contribuir com a diminuição na emissão de carbono e possibilitar moradia digna para famílias de baixa renda”, apresentou Bocalom.

Orgulho do Brasil

O encontro entre Tião Bocalom e Rafael Greca foi registrado no site da Prefeitura de Curitiba. Durante a reunião, os dois prefeitos conversaram sobre maneiras de Curitiba contribuir com a iniciativa, já que a capital paranaense é referência técnica em planejamento urbano. Greca estava acompanhado do secretário do Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, e do presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), José Lupion Neto. “O município de Rio Branco, que é orgulho do Brasil, está com uma ideia de fazer o seu Bairro Novo sustentável, com a construção de mais de mil casas com material que seria queimado. A descarbonização da Amazônia é algo que interessa ao mundo inteiro, portanto Curitiba vai apoiar Rio Branco na execução deste projeto”, destacou Greca.

Miséria

O site da Prefeitura de Curitiba usa dados do IBGE para destacar que Rio Branco possui o 3º maior nível de pobreza entre todas as capitais brasileiras. “Com uma população de 420 mil pessoas, o município enfrenta problemas de déficit habitacional e falta de esgotamento sanitário. As 1.001 casas do projeto serão destinadas para famílias advindas de áreas alagadiças, fundos de vale e também outras que recebem aluguel social da prefeitura. As unidades habitacionais terão 42 metros quadrados, construídas em madeira pré-montada”, informa.

O juiz

Aos adversários de Bocalom só resta assistir, como nas jogadas cantadas, e torcer para dar errado. Líder do prefeito na Câmara, o vereador João Marcos Luz (MDB) anunciou que vai fiscalizar as obras de recuperação das ruas para que não se tornem um “serviço de porco” ,  fazendo comparação com o programa Ruas do Povo, do ex-governador Tião Viana.  “Não adianta fazer serviço de qualquer forma e querer maquiar a cidade. Estou acreditando, mas preciso alertar as empresas. Temos histórico de serviço de péssima qualidade, olha o Ruas do Povo, a confusão que temos em Rio Branco”. 

Herança

O programa Ruas do Povo, de acordo com o prefeito Tião Bocalom, é um problema do Estado.  Segundo ele, são 607 ruas em 17 bairros. Para o presidente da Câmara, vereador Raimundo Neném (PSB), o prefeito deveria incluir estas ruas no próximo pacote de obras que prevê R$ 50 milhões para recuperação de ruas em diversos bairros da capital. Neném reconhece que o prefeito não tem responsabilidade pelas obras, mas defende que a população destes locais também merece a sua atenção. 

Parceria

Em abril passado a Prefeitura e o Governo Estadual pactuaram um grupo de trabalho para fazer um diagnóstico documental das ruas. O grupo é formado por representantes do Serviço de Água e Esgoto do Estado Acre (Saneacre), da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), da Seplan, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da  Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), da Secretaria de Infraestrutura de Rio Branco (Seinfra), da Procuradoria-Geral do Município, do Planejamento Municipal.

Deselegância

“Os deputados que atacaram a ministra Marina Silva dentro da Aleac foram deselegantes e jogaram no lixo a etiqueta política de um visitante”, comenta o ex-deputado Moisés Diniz, autor da lei que batizou a galeria do povo da Aleac como “Salão do Povo Marina Silva”. Atual presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre, Moisés  postou uma mensagem de desagravo em suas redes sociais, puxando a orelha dos deputados Laerte Gomes, de Rondônia e Wescley Tomaz, do Pará. Os parlamentares, que vieram ao Acre para o 2º Encontro do Parlamento da Amazônia, ofenderam a ministra e um deles disse que pensou em voltar quando se deparou com a homenagem à Marina na galeria da Aleac. “Discordar das ideias é uma coisa, vir ao nosso Estado e ser grosseiro, deselegante, é outra coisa. Não cabia a eles atacar lideranças do Acre na Casa Legislativa do Acre. Foi algo anormal e inexplicável”, observou Moisés.

Etimologia

Professor, poeta e escritor, Moisés Diniz ensina que a lei de sua autoria que mudou o nome de Galeria do Povo para Salão do Povo Marina Silva foi motivada pelo estudo da origem das palavras. Segundo ele, a palavra galeria é derivada de galé, local dos primitivos navios onde ficavam os remadores escravizados. A informação é surpreendente, pois até o momento não foi incorporada pela Wikipédia, a enciclopédia livre da internet. Ali galerias são apenas conjuntos de salas comerciais ou espaços para abrigar exposição de arte. Se a Wikipédia ignora outros significados de galeria é porque, obviamente, os colaboradores da plataforma nunca estudaram hermenêutica e exegese no Colégio dos Irmãos Maristas, como Moisés Diniz, que por pouco não virou padre.

PPA

Com a possível presença da ministra Marina Silva, o Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) para o quadriênio 2024-2027 será debatido neste sábado (3), a partir das 10 horas, no Teatro Universitário da Ufac (Universidade Federal do Acre). O evento será comandado pelo ministro do Desenvolvimento Regional,  Waldez Góes e pelo secretário-geral da Presidência da República, Márcio Macedo, Se confirmar sua presença, será a segunda visita de Marina ao Acre desde seu retorno triunfante à política. Eleita deputada federal por São Paulo e nomeada ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, ela esteve em Rio Branco em março por ocasião das alagações, acompanhada pelo ministro Waldez Góes, da Integração Regional. 

Marca

A realização de debates públicos para a elaboração do PPA Participativo é uma iniciativa histórica do PT aplicada em todas as esferas da administração pública. O evento tem como objetivo garantir a participação dos cidadãos comuns na definição das prioridades para a destinação dos recursos do Governo Federal, municipal ou estadual. Os interessados em participar dos debates devem se inscrever através do link https://www.gov.br/participamaisbrasil/ppa-plenarias

Escuta

O governador Gladson Cameli também participará do debate. Ele vai acompanhado de seus assessores da área de Planejamento para iniciar uma escuta paralela visando coletar dados para a elaboração do PPA estadual. Desta forma, a plenária para o PPA federal também será aproveitada para o PPA estadual.  Ou seja, Rio Branco será a primeira das 22 cidades do Acre a realizar sua plenária para o PPA estadual. Em seguida, a Seplan vai percorrer todos os municípios ouvindo a população com plenárias a serem realizadas entre os dias 6, em Assis Brasil, e até o dia 28, em Cruzeiro do Sul, segundo Wagner Sena, diretor de Planejamento Estratégico e Governança da Seplan.

Bolsa

A volta do velho e famoso programa Bolsa Família e Auxílio Gás no lugar do Auxílio Brasil de Bolsonaro foi comemorada pelo senador Sérgio Petecão (PSD). O texto do programa foi aprovado pelo Senado na quinta-feira (1º) mantendo o valor mínimo de R$ 600 por família e R$ 150 por criança de até 6 anos. “O alcance social dessa política pública é muito importante para a população de baixa renda, principalmente para do meu estado, o Acre”, discursou Petecão. 

Grana

O senador Márcio Bittar (União) divulgou nas redes sociais a liberação de mais de R$ 55 milhões de suas emendas parlamentares para o Estado do Acre. De acordo com ele, são R$ 47 milhões para aquisição de máquinas e implementos agrícolas para cada um dos 22 municípios e outros R$ 8 milhões para concluir a rodovia que liga a BR-317 à zona urbana de Xapuri. “Isso fortalece a nossa produção rural e também viabiliza o escoamento dos produtos”, comenta ele. 

Missão

Por sua vez, o senador Alan Rick (União) participa na Flórida (EUA) da Missão Internacional de Capacitação Pública Eficiente e Transformação de Territórios Inteligentes, Inovadores e Sustentáveis. Ele informa que na quarta-feira (31) visitou a prefeitura do Condado de Miami-Dade, em busca de conhecer projetos de cidades inteligentes, sustentáveis e resilientes, em especial na redução da poluição por carbono; comunicação e conectividade e política de “resíduos zero”.

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