Jorge se afasta do PT, foca na Apex e deve ficar de fora das decisões políticas do partido em 2024

Confira mais detalhes da coluna ‘Na Ponta da Língua’, escrita pelo jornalista Matheus Mello

Ao que tudo indica, uma das mentes com maior poder de decisão dentro do PT no Acre deve ficar de fora das tratativas internas do partido para as eleições do ano que vem. O ex-governador e senador Jorge Viana não se pronunciou sobre as declarações do superintendente do MDA, Cesário Braga, em relação a uma chapa com Marcus Alexandre [candidato escolhido pelo PT na corrida pela Prefeitura de Rio Branco] e Alysson Bestene. Ficou a cargo de Daniel Zen se posicionar, representando o partido. Jorge sequer participou da plenária do partido no último mês que oficializou o apoio na chapa do MDB, com Marcus Alexandre encabeçando. As decisões deverão ficar nas mãos de Daniel Zen, Sibá Machado, Léo de Brito e Raimundo Angelim, a alta cúpula do PT, sem os irmãos Vianas.

O presidente da ApexBrasil Jorge Viana/Foto: Agência Brasil

Foco na Apex

Ocupando o cargo de presidente da Apex Brasil, órgão do governo federal, Jorge deve mesmo se doar 100% para a função na empresa de exportação brasileira, carro chefe do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Enquanto um racha surgia dentro do PT, Jorge Viana concedia entrevista à CNN Brasil em que falava sobre os planos previstos para a Apex.

Trilhões

Em um planejamento ousado, Jorge disse que prevê caminhos para que o Brasil atinga a marca de US$ 1 trilhão por ano em intercâmbios comerciais. Só o ano passado, o país obteve uma corrente de aproximadamente US$ 600 bilhões.

Críticas passadas

O ex-governador do Acre disse que misturar política com negócios foi uma perda de tempo que atrapalhou a economia brasileira. “Comércio é comércio, negócios são negócios, relações políticas à parte”.

Militares atrapalharam

Jorge declarou ainda que está “descontaminando” a Apex, que nos últimos anos, trabalhou sob influência de ex-presidentes militares.

“Houve uma rotação alta de dirigentesm Passaram por aqui, nos últimos quatro anos, 25 militares. Nada contra os militares, mas na função que eles precisam ter. A Apex trabalha, tem convênios de promoção, com 54 setores da economia. E o que eu consigo identificar nessa chegada nossa aqui é que o conflito político que o Brasil viveu nos últimos sete, oito anos, afetou fortemente o nosso fluxo de comércio exterior”, disse o presidente da Apex.

Eleições na Argentina

O ex-governador ainda aproveitou para deixar claro sua torcida para que Sérgio Massa ganhe as eleições presidenciais na Argentina. Ele disputa o 2º turno contra o candidato de extrema direita Javier Milei.

“Todo mundo sabe da simpatia que o governo [Lula] tem pelo Massa. Eu mesmo tenho até uma relação pessoal, eu diria, com ele [Massa], mas é uma decisão do povo argentino — que eu espero que seja a melhor”.

Jorge e Lula

Nas redes sociais, Jorge Viana comprovou que continua tendo prestígio com o presidente Lula. Eles se encontraram nesta segunda-feira para tratar sobre o Fórum Brasil de Investimentos, que acontece nesta semana. É o maior fórum de investimentos da América Latina, promovido pela Apex Brasil.

“O Brasil retomou um lugar de destaque no mundo. É o segundo destino de maior atração de investimento estrangeiro em todo o mundo e baterá recorde nas exportações, chegando perto de 100 bilhões de dólares neste ano. Tudo isso é resultado do esforço do presidente”, disse.

Velhos amigos e adversários

Ainda nesta segunda-feira, em um jantar no Palácio do Itamaraty, Jorge se encontrou e posou conversando com a conterrânea e atual ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Tião também fora

Não é só Jorge que deverá se afastar das tratativas das eleições municipais no Acre. O irmão dele, também ex-governador Tião Viana, atualmente morando em Brasília, vai continuar se ocupando no pós-doutorado na Universidade de Brasília.

Precisou falar

O atual presidente estadual do PT no Acre, Daniel Zen, precisou lançar uma nota de esclarecimento depois das declarações de Cesário Braga, sobre uma aliança entre Marcus Alexandre e Alysson Bestene. O presidente colocou a boca no trombone e disse que quem fala em nome do partido são seus presidentes. Ou seja, a opinião de Cesário deve ser entendida apenas como um posicionamento pessoal de um militante do PT.

Deixou claro

Zen aproveitou ainda para deixar claro que o PT nas eleições do ano que vem, em Rio Branco, não será protagonista. Deverá apenas apoiar o a candidatura de Marcus Alexandre, agora no MDB.

Cada um com seus problemas

Inclusive, por ser somente apoiador da chapa, as decisões sobre quem deverá compor a coligação de Marcus é o próprio MDB.

“Quem deve conduzir e opinar sobre esse processo é o pré-candidato que apoiamos e o seu respectivo partido, no caso, o Marcus Alexandre e o MDB. Se ele desejar uma aliança com Gladson e com o PP, é ele quem deve dizer e procurar construir isso, não o PT. O PT não vai se colocar como obstáculo, mas também não vai se colocar na condição de fiador disso. Se for o caso, eles que se entendam”, disse Zen.

Off

– A declaração de Zen indica que caso o MDB procure uma aliança com Alysson, não deverá atrapalhar as tratativas;

– Porém, o partido também não querer ‘fazer a ponte’ com o Progressistas;

– Ou seja, se der certo, não vai mexer os pauzinhos para azedar a parceria;

  Vai engolir o PP na coligação, mas ficará doido para que caso dê errado futuramente, não solte um: “Eu avisei”;

– Caso se concretize, não será a primeira vez que o Progressistas estará no mesmo palanque que o PT;

– Os dois já tiveram juntos em 2014, na reeleição do governador Tião Viana;

– Se o governo do Estado não participou da visita das ministras Marina Silva e Sônia Guajajara na Terra Indígena Puyanawa, em Mâncio Lima, o Poder Legislativo marcou presença;

– O presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Luiz Gonzaga, posou e agradeceu à ministra Marina Silva pelo projeto que deve beneficiar 13 terras indígenas no Acre, com um aporte de mais de R$ 30 milhões, do BNDES;

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