Marcelinho Carioca: dono de cativeiro se entrega após 47 dias foragido

Acusado de arrebatar as vítimas e ser o dono do cativeiro, Caio Silva é réu por sequestro de Marcelinho Carioca e estava foragido

foto colorida de Marcelinho Carioca dá entrevista após ser libertado de cativeiro em SP - Metrópoles

Reprodução

Após 47 dias foragido, Caio Pereira da Silva, de 23 anos, se entregou para a Polícia Civil e foi preso no último sábado (2/2). Acusado de ter arrebatado as vítimas e ser o dono do cativeiro, ele é réu pelo sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, de 51 anos, e da amiga Taís Alcântara, 36, ocorrido em dezembro de 2023.

Conforme mostrou o Metrópoles, no mês passado, a Justiça paulista aceitou a denúncia contra sete acusados de sequestrar Marcelinho Carioca e a amiga, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, e cobrar pelo resgate das vítimas. Com a captura de Caio, agora cinco réus estão detidos. Dois seguem foragidos.

Caio já tinha antecedentes criminais e se apresentou na sede do Palácio da Polícia, onde fica a Divisão Antissequestro (DAS), no centro da capital paulista, por volta das 10h10 do sábado. Ele estava acompanhado da advogada.

Com mandado de prisão preventiva em aberto, o acusado prestou interrogatório e foi encaminhado para uma unidade prisional.

Quem sãos os réus

Na denúncia, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) afirma que Marcelinho Carioca e Taís foram rendidos por Caio e outros dois comparsas – Matheus Eduardo Candido Costa, de 22 anos, que segue foragido, e Jones Santos Ferreira, 37, que foi preso na época do crime.

Com ameaças e uso de arma de fogo, o trio teria roubado a Mercedes Benz CLA250, que pertence ao ex-jogador, usada para circular em um baile funk e depois levar as vítimas para o cativeiro.

Jones também seria responsável pela “dinâmica financeira” do sequestro, de acordo com a acusação. Para isso, ele teria cooptado Wadson Fernandes, 29; e Eliane Lopes de Amorim, 30, que forneceram as contas bancárias para receber o dinheiro do resgate.

Os bandidos conseguiram pelo menos R$ 30 mil. Os “conteiros” também foram presos. Atualmente, Wadson permanece na cadeia. Já Eliane, que é mãe solo e tem dois filhos, de 4 e 8 anos, responde ao processo em prisão domiciliar.

Os últimos denunciados são Thauanata Lopes dos Santos, 18, e Camily Novais da Silva, 20, que teriam atuado no cativeiro e também se passado por Marcelinho Carioca para pedir dinheiro a familiares e amigos dele. A primeira está detida. Já Camily é considerada foragida.

Denúncia

Todos os réus vão responder por crimes de ameaça, estelionato, associação criminosa e extorsão mediante sequestro. Já Caio, Jones e Matheus também foram denunciados por roubo.

Antes do caso Marcelinho Carioca, Caio já tinha passagem por roubo, praticado na zona leste da capital paulista, segundo o dossiê da Polícia Civil. O crime aconteceu em 2020.

Por causa do assalto, Caio chegou a ser condenado a 8 anos e 4 meses de prisão pela Justiça paulista. No dia do sequestro do ex-jogador, ele já estava em liberdade condicional.

A maioria dos acusados, no entanto, não tem passagens anteriores pela polícia.

O sequestro

Marcelinho Carioca foi ao show de Thiaguinho, na NeoQuímica Arena, na zona leste da capital paulista, no dia 16 de dezembro de 2023. Na saída, ele passou na casa da amiga Taís, que é fã do cantor de pagode, para presenteá-la com ingressos para o show do dia seguinte.

Segundo o boletim de ocorrência, o ex-jogador decidiu estacionar a uma quadra da casa da amiga, na Rua Salesópolis, em Itaquaquecetuba, para não chamar a atenção. Ao perceber a aproximação de três criminosos, os dois tentaram se esconder, abaixados na Mercedes Benz CLA250, mas acabaram descobertos.

Marcelinho diz que levou uma coronhada no olho esquerdo. Os bandidos ainda teriam usado o carro de luxo para dar voltas em um baile funk, antes de levar os reféns até a Rua Ferraz de Vasconcelos, também em Itaquaquecetuba, o local do cativeiro.

O veículo da vítima foi abandonado na Rua Jacareí, onde policiais militares o encontraram horas depois. Dentro dele, havia uma arma de airsoft.

Cativeiro e gravação de vídeo

Marcelinho afirma que os criminosos obrigaram ele e a amiga a gravarem o vídeo dizendo que tinham um caso e haviam sido sequestrados por vingança. Para a polícia, no entanto, a ideia dos bandidos era criar uma pista falsa.

A ideia dos criminosos teria surgido após descobrirem que haviam sequestrado uma pessoa famosa e que havia policiais à procura. “Já que estamos com você e essa mina aqui, vamos pegar um dinheiro e, se você for de boa, vamos te soltar”, teria dito um dos bandidos, segundo depoimento do ex-jogador.

O celular da vítima chegou a ser usado pelos sequestrados para extorquir familiares.

A Polícia Militar conseguiu localizar o cativeiro, após uma denúncia anônima, na tarde seguinte ao arrebatamento. Outra mulher chegou a ser detida em flagrante na ocasião, mas os investigadores concluíram depois que não havia elementos suficientes para incriminá-la.

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