Modelos e estrelas pop subiram à passarela no retorno do Victoria’s Secret Fashion Show, cinco anos depois de o evento ter sido cancelado.
O famoso desfile de moda anual da marca de lingerie foi suspenso depois que sua edição de 2018 teve um baixo índice de audiência na televisão — e recebeu críticas de que era sexista, ultrapassado e carecia de diversidade.
O retorno da Victoria’s Secret à passarela aconteceu na terça-feira (15/10) em Nova York, com a presença da supermodelo britânica Kate Moss, de 50 anos, que fez sua estreia no evento, e da sua filha Lila, de 22 anos.
O desfile de moda também contou com apresentações musicais das cantoras Cher, Tyla e Lisa, da banda de K-pop Blackpink.
O tradicional desfile de moda, que foi lançado em 1995, normalmente atraía milhões de espectadores todos os anos, além de artistas de renome como Rihanna e Taylor Swift.
Mas os índices de audiência caíram, e as controvérsias assombraram a marca. Sua CEO deixou o cargo logo após o desfile de 2018, que foi assistido por 3 milhões de pessoas na televisão americana — em comparação com 9 milhões quatro anos antes.
Na época, o New York Times declarou que a Victoria’s Secret era um nome em “declínio constante”, enquanto o Wall Street Journal disse que a marca havia “perdido seu apelo”.
Em 2017, o evento foi realizado em Xangai, na China, mas enfrentou problemas quando Katy Perry e a modelo Gigi Hadid tiveram seus vistos negados.
Em 2018, o então diretor de marketing da marca, Ed Razek, pediu desculpas pelos comentários que fez sobre por que modelos transgêneros e plus size não apareciam nas passarelas.
O desfile de retorno deste ano prometia “celebrar todas as mulheres”, com a diretora britânica de design e criação da empresa, Janie Schaffer, dizendo ao site especializado em moda WWD que a Victoria’s Secret “evoluiu muito como negócio nos últimos três anos”.
Entre os que desfilaram na terça-feira, estava a modelo brasileira Valentina Sampaio, que em 2019 se tornou a primeira modelo transgênero a representar a Victoria’s Secret.
Também houve a participação de outro modelo transgênero, Alex Consani.
Modelos plus size, incluindo Ashley Graham e Paloma Elsesser, também desfilaram na famosa passarela, mas alguns viram isso como um gesto simbólico, considerando o histórico da empresa.
Embora a aparição de Kate Moss em um vestido de renda preta e asas de anjo, marca registrada da Victoria’s Secret, tenha sido inesperada, alguns rostos conhecidos voltaram à passarela.
Gigi e Bella Hadid exibiram uma série de looks, incluindo uma lingerie vermelha combinando; e as queridinhas do público, Barbara Palvin e Candice Swanepoel, também desfilaram.
A ex-apresentadora do programa America’s Next Top Model, Tyra Banks, de 50 anos, marcou presença na passarela do evento pela primeira vez desde 2009.
Outra modelo que voltou foi a brasileira Adriana Lima, que desfilou em 2018 antes de o desfile ser cancelado.
A reação ao desfile deste ano foi mista, com Dani Maher, da revista de moda Harper’s Bazaar, escrevendo: “Houve algum momento gravado em meu cérebro com a mesma urgência [dos desfiles anteriores]? Não tenho certeza”.
Schaffer destacou a sua diversidade, dizendo que havia 50 modelos de 25 países diferentes.
Mas Maher escreveu que, apesar disso, “a passarela ainda era predominantemente dominada por modelos magras convencionalmente atraentes”.
Isso foi repetido pela editora adjunta da Teen Vogue, Aiyana Ishmael, que escreveu: “Ao ver modelo magra após modelo magra na passarela, fui catapultada de volta para a sala de estar da minha infância, vendo mulheres que não se pareciam comigo estabelecerem um padrão de beleza que a maioria das mulheres nunca vai alcançar.”