Acre registra redução na taxa de mortes por crimes violentos, mas permanece acima da média nacional

Mesmo com a diminuição, o percentual do Acre ainda está acima do índice nacional

Números divulgados na sexta-feira (17), pela plataforma do Sistema Nacional de Informações (Sinesp), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, mostram que a taxa de mortalidade em crimes violentos, os chamados assassinatos intencionais, em 2024, no Acre, caiu de 22,1 para 19,4 para cada grupo de 100 mil pessoas. A população do Acre é estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em pouco mais de 830 mil pessoas.

Mesmo com a diminuição, o percentual do Acre ainda está acima do índice nacional. De acordo com o Ministério da Justiça, o Brasil registrou um total de 38.075 assassinatos em 2024, o que significa queda de 6% em relação aos números de 2023, quando foram contabilizadas 40.768 mortes violentas intencionais.

A taxa do Acre fica acima da média nacional no total de assassinatos intencionais/ Foto: André Borges/Esp. Metrópoles

Em 2024, o país registrou taxa de 17,9 mortes por 100 mil habitantes, número que era de 19,3 em 2023. A taxa do Acre fica acima da média nacional no total de assassinatos intencionais. São considerados como assassinatos os homicídios dolosos (quando há intenção de matar), feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Os dados são enviados pelos estados ao Governo Federal e são disponibilizados na plataforma. O levantamento considera dados desde 2015, quando o Sinesp passou a divulgar os números em uma plataforma online.

Houve queda sequencial nos assassinatos nos últimos quatro anos, desde 2020, quando o país registrou 45.522 mortes – queda acumulada de 16% quando comparado a 2024. No entanto, o Rio de Janeiro não enviou os dados de dezembro de 2024 até a data da divulgação. Já Alagoas, Roraima e São Paulo não enviaram os dados por completo, com ausência de parte dos indicadores.

Para Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a queda de assassinatos está relacionada à consolidação de conflitos entre facções criminosas e o investimento do poder público (municípios, estados e Governo Federal).

“A série histórica é relevante, não se pode desmerecer. Agora, temos dois elementos que explicam: a reconfiguração das dinâmicas do crime, que opta por ganhar dinheiro; e tem a ver com policiamento ostensivo. Temos que valorizar a política pública”, afirma Lima.

Mortes pela polícia

Os dados de mortes violentas não incluem as mortes cometidas pelas polícias, que são chamadas pelo nome técnico de Morte Decorrente de Intervenção Policial (MDIP). Este tipo de morte é contado separado dos assassinatos.

Em 2024, as polícias do país mataram 6.028 pessoas, segundo o Ministério da Justiça. Em 2023, foram 6.399 vítimas de policiais em todo país, o que indica redução de 6% em um ano.

O total de agentes de segurança mortos em 2024 foi de 192, número que mantém o patamar ao comparar aos 191 profissionais mortos em 2023. O ano com maior vitimização foi 2017, com 396.

Outros crimes

Os feminicídios apresentaram queda de quase 4%: foram 1.400 em 2024, frente 1.450 crimes registrados no ano anterior.

A quantidade de registros de estupros diminuiu 5%, com 78.395 denúncias, enquanto o total em 2023 foi de 82.191. Mais de 80% das vítimas são do sexo feminino.

Houve crescimento de 67% nos estupros desde o início do levantamento, há 9 anos – foram 46.985 casos registrados em 2015.

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