O chamado urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura), que habita quase todo o continente americano, possui um mecanismo de defesa bem inesperado: para afastar predadores como águias e falcões, a ave consegue vomitar ácido a uma distância de até três metros.
Entenda:
- Como mecanismo de defesa, o urubu-de-cabeça-vermelha pode vomitar jatos de ácido;
- As aves regurgitam o ácido gástrico de seus estômagos a uma distância de até 3 metros, queimando a pele e os olhos de predadores como águias e falcões;
- A substância é tão forte quanto ácido de bateria, e ajuda a neutralizar toxinas presentes na carne de animais em decomposição – que servem de alimento aos urubus;
- Ainda, ao regurgitarem o ácido, as aves reduzem o peso de seus corpos e conseguem voar para longe dos predadores com mais facilidade;
- A urina e as fezes também são úteis para os urubus, mantendo seus pés refrescados em climas quentes e eliminando bactérias das pernas após pisar em carcaças.
Quando se sentem ameaçados, os urubus-de-cabeça-vermelha regurgitam o ácido gástrico de seus estômagos para queimar a pele e os olhos de predadores. Para se ter uma ideia, a substância é tão forte quanto ácido de bateria, e 100 vezes mais potente do que o ácido estomacal dos seres humanos, de acordo com o Live Science.
Ao mesmo tempo em que o ácido permite neutralizar as toxinas da carne de animais em decomposição – que serve como alimento aos urubus -, a regurgitação também ajuda a reduzir o peso das aves para que escapem voando de predadores com mais rapidez e facilidade.
Além do vômito ácido, os urubus também defecam antisséptico
O ácido estomacal não é o único fluido útil no corpo dos urubus-de-cabeça-vermelha. Além de usar suas fezes e urina para manter os pés refrescados em dias quentes, as aves também defecam em suas pernas para se livrar de bactérias após pisar em carcaças – novamente, graças às propriedades antissépticas de seus sucos digestivos.
Graças aos animais necrófagos (ou seja, que se alimentam de carcaças) como o urubu-de-cabeça-vermelha, restos de animais são consumidos antes que se decomponham, evitando a emissão de dezenas de milhões de toneladas de carbono anualmente – de acordo com um estudo publicado na Ecosystem Services.