Bombeiros deixam equipamento para trás durante buscas no Rio Juruá e revoltam família

As buscas pelo corpo do barqueiro Francisco Nilo, desaparecido nas águas do Rio Juruá em Marechal Thaumaturgo, entraram no quarto dia neste domingo (15), marcadas por angústia dos familiares e críticas à condução da operação de resgate por parte do Corpo de Bombeiros. Nilo, como era conhecido, era um barqueiro experiente e bastante popular na região entre Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo. Segundo testemunhas, ele passou mal e caiu no rio, não sendo mais visto desde então.

Rio Juruá/Foto: Reprodução

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o radialista local Welysson Barros relatou a insatisfação da família com o andamento das buscas. De acordo com os familiares, os bombeiros que chegaram à cidade na quarta-feira (12) teriam esquecido uma peça essencial do cilindro de oxigênio para mergulho, o que atrasou a atuação da equipe. “Os parentes estão revoltados, pedindo uma ação do comandante dos bombeiros, que intensifiquem as buscas. Eles só querem encontrar o corpo e poder fazer um funeral digno. O Nilo era conhecido por todos aqui. Um excelente barqueiro”, disse Barros em sua fala.

Diante das críticas, o comandante do Corpo de Bombeiros em Cruzeiro do Sul, major Josadac Cavalcante, respondeu, esclarecendo que o atraso ocorreu por um imprevisto logístico. “Houve, sim, o esquecimento de um regulador, mas ele foi entregue nas primeiras horas da manhã seguinte. As equipes não se recusaram a trabalhar em nenhum momento”, afirmou.

O comandante reforçou que o trabalho segue um protocolo técnico rigoroso. “A área onde o acidente ocorreu é rasa e tranquila para mergulho. Os militares estão atuando desde o início e continuam mergulhando até este domingo. Seguimos o protocolo que determina que o corpo deve ser procurado num raio próximo do ponto de queda. O que ocorre é que familiares pedem que se mergulhe em locais distantes, o que foge do procedimento técnico”, explicou o comandante.

Segundo ele, o trabalho começa antes do amanhecer e utiliza a técnica de zigue-zague, que permite uma varredura completa da área. “Também fazemos um reconhecimento de até sete quilômetros rio abaixo, para verificar possíveis balseiros onde o corpo possa ter sido levado pela correnteza”, destacou.

Apesar dos apelos emocionados da comunidade, o Corpo de Bombeiros informou que as buscas devem ser encerradas nesta segunda-feira (16).

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