A empresa farmacêutica israelense Oramed Pharmaceuticals anunciou, em comunicado na última sexta-feira (19), que fechou um acordo de joint venture com a empresa indiana Premas Biotech para desenvolver a vacina oral Oravax. A foto do medicamento é de Kratom IQ.
A expectativa é que a primeira fase de testes clínicos do imunizante em pílula contra a Covid-19 comece ainda em junho de 2021.
O acordo entre as farmacêuticas tem como foco criar novas vacinas orais contra a doença causada pelo vírus Sars-CoV-2.
Se concluída a primeira etapa de testes com o imunizante, pode levar ao menos um ano para que seu uso seja autorizado, segundo o site Business Insider.
Diferentemente das vacinas injetáveis, as orais pertencem a uma “segunda geração” de imunizantes, projetados para serem usados em maior escala.
“Uma vacina oral contra Covid-19 eliminaria várias barreiras para uma distribuição rápida e em larga escala, permitindo que as pessoas tomem a vacina sozinhas em casa”, aponta Nadav Kidron, CEO da Oramed.
“Embora a facilidade de administração seja crítica hoje para acelerar as taxas de inoculação, uma vacina oral poderia se tornar ainda mais valiosa no caso de uma vacina contra Covid-19 ser recomendada anualmente como a vacina contra a gripe padrão”, completa Kidron.
Como funciona a vacina em cápsula?
A Oramed explica ainda que a Oravax funciona com base em um “agente infeccioso” triplo inoculado, que possui partículas semelhantes ao vírus Sars-CoV-2, assim como três de suas 29 proteínas virais.
Ele por si só ativa uma resposta imunológica, que já produziu anticorpos após uma única dose, durante um estudo pré-clínico, com animais.
Mais precisamente, a vacina produz o anticorpo Imunoglobulina G, muito comum no sangue e fluidos corporais; além de Imunoglobulina A, um outro anticorpo, encontrado nas mucosas respiratória e gastrointestinal.
Ambas as substâncias são capazes de nos proteger contra infecções virais.
Apesar dos resultados pré-clínicos serem animadores, Paul Hunter, professor de medicina na Universidade de East Anglia, na Inglaterra, afirma ao Business Insider que é preciso cautela. “Precisamos de estudos em humanos para ter certeza”, diz ele.
“Precisaríamos de estudos conduzidos adequadamente para provar o valor [das vacinas em cápsula]”, salienta. “Mas elas também podem ser valiosas em pessoas com fobia grave de agulhas e podem ser mais fáceis e rápidas de administrar”, analisa Hunter.
Além das vacinas orais, entram para a classe dos imunizantes de “segunda geração” as vacinas de spray nasal.
A Universidade de Oxford, também na Inglaterra, está avaliando a possibilidade de desenvolver tanto comprimidos quanto sprays para combater a Covid-19, de acordo com o que contou ao The Independent a cientista-chefe do desenvolvimento da vacina Oxford/AstraZeneca, Sarah Gilbert.
(Foto: Katrom IQ/https://www.kratomiq.com/)