25 de abril de 2024

Amigo-da-onça…

downloadamigodaoncaIldefonso de Sousa

downloadamigodaoncaNoticiado como iminente, o quase reincidente, e, felizmente, não consumado (mas, ainda possível) transbordamento da calha do gigante Rio Madeira – a interromper o acesso ao Acre, pela BR-364, a exemplo de 2014 – o assunto dominante na virada do ano. O isolamento local, via rodoviária, é dramático à gente, pois quase tudo o que aqui se consume vem de fora. Nossa terra abençoada à plantação/criação; e o clima exuberante, assemelhado a uma estufa (não falta chuva/sol); porém nela muito pouco se produz, a não ser pobreza…

O sofrimento pelo desabastecimento se escancara mormente ao contingente dos mais pobres. Infelizmente, mais da metade da diminuta população do Acre (em torno de oitocentos mil habitantes), é “beneficiária” do bolsa-família. Desatino do destino, e herança maldita de virtual floresta/cidadania, “florestania”, mas cruel floresta/tirania; e cujo legado é real floresta/pobreza-tristeza, “floresteza”…

Em janeiro, “jornal” “líder” da imprensa impressa chapa branca acreana (a totalidade) em reportagem (chamada de 1a pág.), foca a crescente instalação de empresas de segurança, em face a banalização dos assaltos e insegurança pública recalcitrantes, aqui reinantes. Seria o negócio que mais “prospera” no Acre. Não aborda a motivação de realidade dantesca. A pergunta não se cala: por que a bandidagem é tanta.

Notadamente em Xapuri, AC, o tradicional festejo secular, em 20 de janeiro: dia de São Sebastião. 23 de janeiro, feriado nacional, dia dos Evangélicos, do fim da Revolução Acreana, e de Santo Ildefonso (65 anos). O autor, na legítima defesa de sua posse, a combater invasão no Joafra, por alguém de bloco, em parte mal inclinado, de ex-sem-teto instalado em área de lá – terras mais lhe confiscadas que expropriadas, em 2008, pelo (des)governo do Acre (perito (salvo engano, o mesmo na Operação “G-7”) do juízo a convalida (ratifica (sub)avaliação)). Ato revigorado no amanhecer de 25 – sem registro de BO; não adianta.

No dia de São Paulo, antes de meio-dia, almoço dominical, em restaurante self-service da Capital; pouco movimento, viatura importada, em frente; o autor desconhecia-lhe o dono; senão, não teria entrado no recinto, a evitar constrangimento: a dignidade da pessoa humana é fundamento constitucional da República!

Como de hábito foi se servir de iguaria de sua predileção; e impressionou-se com a cena: faltava quase a metade do pernil de suíno, ao lado. A imaginar que alguém à sua frente fosse funcionário da casa, a brincar, ia lhe perguntar, se alguma onça havia atacado o pernil. Ao levantar a cabeça, a indagá-lo, deu de cara com a onça; a se servir mais demoradamente que o necessário de manjadíssimos pedaços de pato (no tucupi); tarefa bem mais rápida que escolher crustáceos na paella. Viu-se obrigado fazer de conta não conhecer o primeiro vice-presidente do Senado da República (em fevereiro, reconduzido ao cargo) – a apequenada república dos caras-de-pau, “liderada” por LULALAU. Tarda atitude pública!

A tentar empatar tão indesejado encontro, engata marcha ré, e adiciona ao prato alimento que nem tencionava comer. A onça empacada à balança, com embalagens da comida em sacolas, a ser degustada junto aos seus.

Aproxima-se de lado e é surpreendido com esfuziante e delirante: “bom dia meu grande amigo” – constrangida e fugidiamente, o olhar ao chão: bom dia senador. Teria sido melhor tê-lo chamado, amigo-da-onça…, em nome não só dos meus.

Amigo-da-onça da sociedade acre(i)ana… No domingo de Carnaval, “artigo” naquele “jornal” – Plano de (des)governo (chamada de 1a pág.) –, de “jornalista” da turma do breu, manda às favas a seriedade da discussão e de sua nobre missão. O repórter das trevas de tanto se empanturrar de tripas de galinha ficou com o miolo dela: virou reles forjador de conteúdo. Assim não dá, né!

Década e meia depois, oportuna a (re)leitura de Glória no passado… Paz no futuro… (ORB, dez/99; 1o ano do (des)governo da floresta). E não pego o boné!

 

(*) Ildefonso de Sousa Menezes, produtor rural, 65; 41 anos no Acre. É Advogado do Brasil (filiado ao PMBD, em 2001).

 

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