O papel do pai na gestação

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Quando um bebê é gerado, às mães cabe sentir as mudanças no corpo, assim como osmovimentos do bebê. Para o pai, no entanto, a gravidez é algo mais subjetivo. “A maior parte está focada em outros aspectos, como o financeiro”, diz o ginecologista e obstetra Flávio Garcia de Oliveira, autor de Bebê a Bordo: Guia para Curtir a Gravidez a Dois (Ed. Matrix). Isso não significa, entretanto, que o homem acompanhe o processo passivamente.

Nos últimos anos, de acordo com o especialista, os futuros pais já não são tão distantes quanto antigamente. “Talvez por causa das mudanças sociais (que influenciou o papel de ambos os gêneros na sociedade), hoje eles vão às consultas, querem saber dos detalhes e alguns homens chegam a apresentar sintomas da gravidez, como enjoo e ganho de peso”, conta o obstetra.

Os avanços da medicina deram uma força para tal aproximação. De acordo com Oliveira, o fato de poder enxergar o bebê desde a gestação nos exames de ultrassom fez com que a relação “pai e filho” tenha início antes mesmo do nascimento. Como resultado, atualmente, é cada vez mais comum pais que fazem compras do enxoval, põem a mão na massa para montar o quarto do bebê, frequentam cursos de gestantes e de preparação para o parto. “Eles querem mais atenção e espaço também”, completa Carol Baldin, baby planner do Instituto Mãe (SP).

A primeira vantagem na transformação do papel do homem diz respeito ao vínculo. Quem acompanha a gravidez de perto apresenta postura mais pró-ativa em relação aos cuidados com o bebê após o nascimento. “Considerando-se que as famílias diminuíram muito e há menos gente para ajudar, esse interesse é fundamental”, acredita Oliveira. Já Carol observa que o carinho do companheiro influencia o bem-estar da gestante. “Na gravidez, as alterações hormonais afetam o humor da mulher. A participação do pai nesse momento único na vida dela vai deixá-la feliz por tê-lo escolhido!”, diz.

Além de estar presente nos exames e nas consultas pré-natais e se inteirar dos preparativos para a chegada do filho, em Bebê a Bordo, o obstetra sugere outras maneiras de demonstrar apoio: ser compreensivo com as mudanças de humor da gestante, fazer atividades físicas junto com a mulher e se informar de como ajudá-la a encarar os desconfortos do período.

E se ele não quiser?

Quando o companheiro não participa tanto quanto a gestante gostaria, em vez de ficar chateada, a dica é envolvê-lo aos poucos. As mães podem insistir para que ele converse com o bebê, sinta os movimentos dele e, claro, participe do pré-natal – se avisar com antecedência, diminuem-se as chances e as desculpas para ele faltar aos exames! “Muitas vezes, não acontece por desinteresse, mas porque o pai não sabe da importância de seu envolvimento”, diz Oliveira. Esse distanciamento pode ocorrer também, segundo o médico, a partir da segunda gravidez, quando ele já sabe o que esperar.

Por outro lado, há também aqueles que estão dispostos a participar, mas acabam sendo afastados – ainda que inconscientemente – pelas próprias companheiras. A baby planner Carol reforça que elas precisam lembrar que os pais estão no mesmo ritmo. “Se estão fazendo as coisas do jeito deles e não do nosso, não significa que estejam errados”, afirma. As preocupações de pais e mães podem ser diferentes ao longo da gravidez. Só para citar um exemplo, ela pode aprender a comer melhor, enquanto ele começa a dirigir com mais cuidado. De qualquer maneira, a experiência vai transformar a vida de ambos.

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