“Queimei um pedaço de papel, não matei seu Deus”, diz músico que queimou Bíblia

polêmica

O vocalista da banda Violação Anal, Roberto Oliveira, responsável de ter ateado fogo em um exemplar da Bíblia Sagrada, usou a página dele no Facebook nos últimos dois dias para dizer que não teve a intenção de “ofender nem ferir o credo de ninguém” e criticou a imprensa pela repercussão negativa de sua atitude.

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Um vídeo amador em que Roberto aparece queimando um exemplar da Bíblia foi gravado na quinta-feira (30) durante um sarau que fez parte da programação do 4º Encontro Nacional  dos Ateus e Agnósticos, realizado no campus da Universidade Federal do Acre.

“Queimei um pedaço de papel, não queimei sua religião. Não matei seu Deus. Não apaguei a sua fé. Um “ato simbólico” foi transmutado em condenação. Eu dei um alto e sonoro recado. Não quero e não preciso de sua religião”, escreveu o vocalista da banda Violação Anal.

A reportagem não conseguiu localizar Roberto Oliveira. Um amigo dele contou que o vocalista “está muito assustado, com emprego ameaçado”. “Ele me disse a intenção foi uma reflexão do fundamentalismo. Achei coerente a explicação que ele deu na rede social”, acrescentou o amigo.

O caso ganhou repercussão nacional após o pastor e deputado federal Marcos Feliciano (PSC) repudiar o ato realizado na Ufac. Feliciano chegou a dizer que “é inacreditável que fato tão lamentável em si mesmo, tenha ocorrido em Próprio Público de uma Universidade Federal, com usos de cartazes com o logotipo de Partido dos Trabalhadores, pois, o organizador explica esse procedimento por ter tido o apoio desse Partido Político”, disse.

O pastor quer a abertura de um inquérito policial para apurar os responsáveis pelo Sarau e que sejam responsabilizados judicialmente. “Vou representar à Polícia Civil do Estado do Acre para que instaure Inquérito Policial para apurar responsabilidades e seus autores, para que fatos lamentáveis como esse não se repitam, e que se lembrem que vilipendiaram um símbolo muito caro a maioria do Povo Brasileiro, se colocando ao nível dos mais sórdidos seres que nem merecem o nome de humanos”.

Leia o que Roberto escreveu na quinta-feira (7):

“A respeito do que fiz no sarau da Ufac:  A questão só tomou esse repercussão por causa de uma emissorazinha sensacionalista que veiculou minha imagem e fez questão de passar dez minutos falando do caso. O que era de se esperar de um programa daqueles.

Não me posicionei da forma que queria na entrevista que concedi a Tv hoje, maso que gostaria de dizer é: Quem me conhece sabe no que eu acredito, e sabe que não sou intolerante religioso.

O problema todo se deu,porque mexi em algo que é considerado TABU, ou seja, Deus é intocável.

Não me arrependo de ter feito o que fiz. Se pudesse voltar atrás faria exatamente o mesmo. A repercussão negativa se deve em parte a mídia sensacionalista daqui de Rio Branco.

Se eu tivesse queimado uma biblia satãnica, os cristãos provavelmente teriam aplaudido. E o satanismo também é uma filosofia de vida. então fico meio confuso ao ver as pessoas mais intolerantes falando de tolerância.

Acredito que existem pessoas que realmente precisam de religião pra viver bem. Mas a opção de uma vida pautada no medo não me atrai o medo do inferno ou da condenação ou de ser punido.

Acredito que a justiça existe pra regular as coisas a respeito do estado e que a religião em tempos primórdios a precedeu. Mas que hoje não deveria regular as ações humanas, colocando-as na esfera dualista do bem ou mal, certo ou errado.

Acredito que o homem pode e deve exercer sua liberdade, e isso implica em assumir a responsabilidade de seus atos.

Não quis ofender nem ferir o credo de ninguém. mas se incomodei, que reflitam sobre as suas práticas mediante a minha. já faz tempo que não acredito que é certo virar a outra face quando te batem.

Falo agora enquanto vocalista da banda Violação Anal, ela é uma banda que foi feita pra incomodar mesmo. Pra retirar as pessoas de sua zona de conforto.

Então se ela desde o nome, até as letras, incomoda, então estamos no caminho certo. Em relação ao nome da banda, é bem sugestivo, o governo ta metendo NO SEU o tempo inteiro, então, o que acontece literalmente é uma Violação Anal. Não tem mistério nisso. Se ainda não dá de entender é só me procurar que desenho.

Como acadêmico, digo que minhas leituras sempre foram um tanto heterodoxas, gosto do Dignissímo Marquês de Sadee de teóricos anarquistas dentre outras coisas. Acredito no materialismo e nas correntes existencialistas,e são boa possibilidades de se aprender. Como acadêmico sei que tem correntes que servem para negar e outras que servem para defender o cristianismo. Não gosto dessa ditadura do politicamente correto e abomino esse evangelização feita por imposição.

Acredito, que sou alguém que as vezes incomoda,e quando muito sirvo de contraponto. que nem Nietzsche, não peço seguidores e nem quero que me sigam. Peço só que mediante a tal polêmica, reflitam.

O que é realmente importante? Tantas coisas mais pertinentes acontecendo a serem discutidas e todo esse alvoroço por isso: Estudante de filosofia queima livro!

Durante muito tempo da minha vida quis ser exemplo pra muita gente, principalmente, quando estava na igreja, hoje só quero ser eu mesmo, vivendo minha vida e isso me basta.

 
Nisto pra mim, consiste a liberdade e ser livre!”

BDC86E261AB31988D9D73D7C01E713390274AADD0AEBF8598Cpimgpsh fullsize distrLeia a mensagem do vocalista da banda Violação Anal, publicada nesta sexta-feira (8) no Facebook:

“Gostaria de agradecer a mídia sensacionalista de Rio Branco e a Projeção que deram ao caso envolvendo minha imagem, veiculada sem autorização. Agradeço ainda os comentários dos excelentíssimos apresentadores pela sutileza com que estão lidando com a questão. O que era um caso isolado tomou essa projeção. A mídia sensacionalista adora ibope e não perderam tempo mesmo.O excelentíssimo Edvaldo Souza, com os seus belos e caricatos jargões, incitando o ódio e disseminando a confusão. Sempre tive nojo desse jornalzinho que não veicula nada que preste. Que finge se importar com os dramas da população. Me comparam aos cristãos fundamentalistas. Minha atitude tomou essa conotação. Mas o ódio com o qual os “cristãos” têm a mim se reportado… realmente, deve ser boa coisa mesmo.

Queimei um pedaço de papel, não queimei sua religião. não matei seu Deus. Não apaguei a sua fé. Um “ato simbólico” foi transmutado em condenação. Eu dei um alto e sonoro recado. Não quero e não preciso de sua religião.

Não sei porque isso é tão revoltante?

Hoje em dia pra você entrar no mercado de trabalho, algumas pessoas perguntam qual é a sua religião.

É quase certo que serei afastado do meu trabalho pelo mesmo tipo de situação.

Não fui eu que veiculei minha imagem na mídia. Não fiz isso frente as câmeras como bradou o seu Edvaldo na sua declaração.

O certo é que se me forem causados prejuízos maiores, e ainda não medi bem a verdadeira dimensão disso tudo, terei que mudar de posição.

Não aceitarei que esta imprensa ridícula se aproveite da minha imagem e desta situação.

Muito obrigado por comprometer meu trabalho e o de outras pessoas da minha família.

Mais uma vez senhor Edvaldo Souza obrigado por toda essa exposição.”

 

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