‘Tudo será revelado’, diz Lewandowski sobre investigações de corrupção

O presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski

O presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse na manhã desta segunda-feira, 19, que as investigações de corrupção representam uma “revolução” no Brasil e se devem à independência de juízes que atuam protegidos de qualquer interferência política. “Eu não tenho dúvida de que tudo será revelado e virá à tona”, declarou o magistrado em palestra no Inter-American Dialogue, em Washington.

“As investigações têm sido muito bem conduzidas”, observou Lewandowski, que ressaltou ter segurança de que os processos sobre corrupção serão concluídos. Sem citar nominalmente o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, o presidente do STF disse que ele está investigando os “figurões” ligados ao escândalo da Petrobras. “Eu estou muito, muito, muito orgulhoso dos nossos juízes no Brasil”, declarou a uma plateia formada por acadêmicos, diplomatas e analistas de América Latina e Brasil.

Lewandowski afirmou que a condenação de altos executivos de empresas a penas de 15 a 20 anos de prisão é algo “realmente novo” no país. “O Judiciário no Brasil é hoje um pilar da democracia, do nosso Estado democrático.” O presidente do STF ressaltou que nem mesmo ele pode interferir nos processos ou pedir a suspensão das investigações. “O que está ocorrendo agora no Brasil é o resultado da independência dos nossos juízes.”

Em entrevista antes da palestra, Lewandowski disse não ver conflito de Poderes em razão da liminar do STF de suspender o procedimento para julgamento de pedidos de impeachment estabelecido no regimento interno da Câmara dos Deputados. “Cada poder age estritamente dentro de sua competência. O ministro Teori (Zavascki) e a ministra Rosa (Weber) foram instado por meio de um mandado de segurança e de uma reclamação a contrastar o regimento interno da Câmara com a Constituição federal. Esse é o papel do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

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