Um pesquisador faz o login em um terminal de computador numa sala qualquer da Universidade da California – Los Angeles (UCLA) e se conecta com o Stanford Research Institute (SRI) em São Francisco. Outros milhões de logins foram feitos depois deste, para milhões de outros lugares – mas este, ocorrido no dia 29 de outubro de 1969, às 22h30m, foi o primeiro: a web tem sua certidão de nascimento.
O repórter Matt Novak, do site Gizmodo, conversou com o historiador da computação Bradley Fidler, do Stevens Institute, sobre a importância desse registro. Segundo o pesquisador, “ele documenta, com precisão, o primeiro login remoto entre dois computadores”.
À época, o projeto (chamado de Arpanet) era financiado pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (militar), conhecida por trabalhar com tecnologia de ponta. Os operadores de terminais mantinham um diário detalhado de tudo o que ocorria, e o registro “mostra o primeiro teste bem-sucedido do principal objetivo do Arpanet: acesso remoto por qualquer motivo entre diferentes tipos de computadores, utilizando uma tecnologia altamente experimental chamada pacote de comutação, que permitia formas mais distribuídas de redes.”
Meio século depois, a mesma rede, objetivos diferentes
Segundo Fidler, se os equipamentos de hoje podem guardar semelhança com seus antepassados, o espírito da rede é completamente diferente. “Seu objetivo é radicalmente diverso. A velha Internet e o Arpanet que celebramos eram um projeto do Departamento de Defesa que testava seus cenários de uso em locais que não importavam para a prontidão operacional militar: ambientes de pesquisa, estudantes de pós-graduação etc. Hoje, a internet é uma entidade comercial e seus novos fundadores se originam no Facebook, Google, Tencent e similares”.