No Brasil, cerca de 27% das mulheres em período fértil tomam pílulas anticoncepcionais. Contudo, como a ingestão do medicamento deve ser diária, não é incomum que, uma vez ou outra, a paciente se esqueça do remédio — o que pode prejudicar muito a eficácia. Como forma de evitar esse tipo de situação, cientistas do MIT (Estados Unidos) inventaram uma pílula contraceptiva que precisa ser tomada apenas uma vez por mês.
Testada em porcos, a cápsula gelatinosa libera estruturas de polímero no estômago, que permanecem ali por pelo menos três semanas. Ao longo desse tempo, essas estruturas produzem hormônios que agem no organismo e previnem a gravidez. Com o novo produto, seriam eliminados os casos de gestação devidos a erros na ingestão do medicamento.
Cápsulas similares costumam ser usadas para combater doenças como a malária. A iniciativa dos cientistas norte-americanos, publicada no último dia 4 no periódico científico Science Translational Medicine, marca a primeira vez em que a técnica foi utilizada para fins anticoncepcionais.
É estimado que aproximadamente 9 em cada 100 mulheres que recorrem à pílula se esquecem de tomá-la diariamente pelo menos uma vez. Dessa forma, a eficácia do medicamento, que gira em torno dos 99%, é muito afetada.
De acordo com os pesquisadores, o consumo mensal do novo remédio proporciona uma liberação mais devagar e mais prolongada dos hormônios de efeitos contraceptivos do que a pílula normal. Assim, afirmam, o método se prova eficiente e seguro para as mulheres. A expectativa dos cientistas é de que a inovação reduza o número de gravidezes não desejadas.