Devido à pandemia de covid-19, Francisco celebrou a missa do Corpo de Deus na Basílica de São Pedro na presença de cerca de 50 pessoas, que mantinham a distância de segurança dentro da igreja.
O Papa não pôde ir à periferia de Roma, como tinha feito nos dois anos anteriores, e também não foi celebrada a habitual procissão.
Na sua homilia dedicada aos dons da Eucaristia, Francisco garantiu que esta retira “a fome de coisas e acende o desejo de servir”.
“É urgente que agora cuidemos daqueles que têm fome de comida e dignidade, daqueles que não têm emprego e lutam para avançar. E fazendo-o de maneira concretamente”, disse Francisco.
“É preciso uma proximidade real, são necessárias cadeias reais de solidariedade”, enfatizou, lembrando também a importância de ir à missa: “Faz-nos bem, cura-nos por dentro, especialmente agora, que realmente precisamos disso”.
O Papa acrescentou que a Eucaristia “cura a nossa memória órfã”, já que “muitos têm as suas memórias feridas pela falta de afeto e pelas amargas decepções recebidas de alguém que teria que dar amor, mas que, por outro lado, deixou o coração desolado”.
“Gostaríamos de voltar e mudar o passado, mas não se pode. No entanto, Deus pode curar essas feridas, incutindo na nossa memória um amor maior: o Dele”, disse.
A celebração do Corpo de Deus foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, devido ao chamado “milagre de Bolsena”.
Em 1263, um padre boémio, Pedro de Praga, estava a caminho de Roma quando parou na cidade vizinha de Bolsena para celebrar a missa. O padre duvidou da presença real de Cristo na Eucaristia e pediu a Deus um “sinal”.
Segundo a tradição católica, algumas sangue saiu da hóstia consagrada e caiu sobre o corporal, o tecido que se estende sobre o altar e onde são colocados o cálice e a patena, espalhando-se ainda sobre o mesmo altar.
O tecido é mantido na Catedral de Orvieto, no centro da Itália.