Segundo um novo estudo, fumar maconha pode suprimir o sistema imunológico do corpo, e isso faz mal para o organismo. Por exemplo, essa descoberta explica porque os fumantes de maconha são mais suscetíveis do que os não-fumantes a certos tipos de câncer e infecções.
Este efeito da maconha é devido a substâncias químicas presentes na droga, que aumentam a produção de certas células do sistema imunológico no corpo, chamadas células supressoraas derivadas de mielóide.
A maioria das células do sistema imunológico tem função protetora, ou seja, combate infecções e tumores para manter uma pessoa saudável. Porém, essas células suprimem o sistema imunológico, assim suprimindo a função imunológica, tornando os usuários da maconha mais suscetíveis a infecções e alguns tipos de câncer.
Os pesquisadores focalizaram o estudo nos canabinóides, compostos encontrados na planta cannabis, usada para fazer a maconha. Eles utilizaram o composto delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), conhecido por aliviar a dor.
Para verificar como esses compostos afetam a supressão imunológica e o crescimento do tumor, os pesquisadores injetaram THC em um grupo de ratos, e os comparou com um grupo de controle, que não recebeu a substância. Os ratos injetados com THC produziram mais células imuno-supressoras do que os ratos que não receberam THC.
Os pesquisadores descobriram que a maconha desencadeou a produção de um grande número de células supressoras derivadas de mielóide, o que levou a supressão imunológica e ao crescimento do câncer.
Segundo os cientistas, os pacientes com câncer têm mais destas células do que as pessoas saudáveis. As células supressoras podem até mesmo atrapalhar o tratamento contra o câncer e promover o crescimento do tumor.
Sendo assim, concluem os pesquisadores, os compostos da maconha chamados canabinóides representam uma faca de dois gumes: eles podem causar aumento da susceptibilidade ao câncer e infecções, mas também podem abrir as portas para o tratamento de doenças em que um sistema imunológico enfraquecido é benéfico, como artrite, esclerose múltipla, lúpus e hepatite. [LiveScience]