Filha de Flordelis diz ter pago R$ 5 mil por morte de pastor e inocenta a mãe

Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis (PSD-RJ), afirmou nesta segunda-feira (26) que deu R$ 5 mil para matar o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros na garagem de casa, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, em junho de 2019.

Ela é ouvida pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados como testemunha de defesa no processo que pode levar à cassação da parlamentar.

A motivação, segundo Simone, foram as constantes investidas sexuais do pastor. Ela teria dado o dinheiro à irmã Marxy Teixeira.

Em janeiro, Simone tinha dado a mesma versão à Justiça, em um novo interrogatório. A versão é diferente do que dizem filhos adotivos do casal, que atribuem à Flordelis o plano do assassinato.

Simone afirmou que “sofria assédio todos os dias” de Anderson e inocentou a mãe.

“Ela não sabia de nada, ela não tinha ciência nenhuma de nada que estava acontecendo”, disse Simone.

“Eu estava em desespero, não aguentava mais essa investida dele porque queria ficar comigo de qualquer forma”, completou.

A sessão foi aberta às 10h20 e retomada às 11h10 após um problema técnico. Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Ela nega.

Filhos adotivos culpam Flordelis

Na semana passada, a filha adotiva do casal Roberta dos Santos afirmou ao Conselho de Ética que a deputada foi a responsável por planejar o assassinato.

“Nada acontecia se ela não permitisse. Se ela quisesse, o Niel (como pastor Anderson do Carmo era chamado pelos filhos) estaria vivo até hoje. E não é nem se ela não tivesse intervindo: era se ela não tivesse manipulado, pensado e agido, porque isso não vem da Simone (dos Santos Rodrigues) nem da Marzy (outra filha adotiva). A cabeça número um é ela, com certeza.”

Segundo a defesa da parlamentar, Roberta não convivia com o casal há quase cinco anos.

Também na semana passada, no dia 19, o Conselho de Ética ouviu Lucas Cézar dos Santos de Souza. Filho adotivo de Flordelis, ele diz que a deputada pediu para que ele assumisse a autoria do assassinato.

“Isso veio em uma carta através dos advogados do Flávio. Cheguei no presídio dias depois dele. Ficamos na mesma cela. Minha mãe mandava cartas com frequência para mim. Em uma delas, ela pediu para eu assumir a autoria do crime. Do contrário, ela e o Flávio poderiam ser prejudicados. Ela pediu para eu fazer isso, falando que não iria me abandonar e me daria toda a assistência. Inclusive a carta tinha a assinatura dela”, disse Lucas.

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