Na primeira semana de volta às aulas, crianças relatam abusos dentro de casa durante a pandemia

Seis crianças relataram aos profissionais da educação terem sido vítimas de abuso sexual durante a pandemia dentro de casa, na primeira semana de volta às aulas presenciais, na Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande. A informação foi confirmada neste sábado (31), pela Superintendente de Gestão e Normas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Alelis Izabel de Oliveira Gomes.

Segundo a superintendente, em todos os casos as crianças, que não tiveram as idades divulgadas e nem a unidade em que estudam, procuraram professores ou coordenadores da escola, afirmando ter passado por esse tipo de trauma. “Muitas vezes a escola é o porto seguro do aluno. Como eles ficaram muito tempo longe, acabaram contando logo na primeira semana aos profissionais que elas confiavam”, afirma Alelis.

De acordo com a superintendente de Gestão e Normas da Semed, as crianças afirmam ter sofrido os abusos dentro de casa, por alguém da família ou próximo dos familiares. Após os alunos relatarem os episódios de violência, as ocorrências foram encaminhadas ao Conselho Tutelar, que deve fazer o contato com as famílias e, comprovado o abuso, realizando também encaminhamento para a Polícia Civil.

O G1 tentou contato com três unidades de Conselhos Tutelares em Campo Grande. Duas não responderam às ligações, enquanto a unidade da região Norte disse não ter recebido nenhuma ocorrência desta natureza. Os casos seguirão sendo acompanhados também pela Semed.

Capacitação aos profissionais da educação

Segundo Alelis Gomes, todos os profissionais da educação, em Campo Grande e todo o estado de Mato Grosso do Sul, recebem capacitações e orientações para que professores e servidores das escolas fiquem de olho em crianças que mudem de comportamento.

“Quando crianças sofrem abusos, elas acabam ficando mais tristes, interagindo menos em sala de aula, na Educação Física ou acabam demonstrando de alguma forma na aula de artes. Trabalhamos ao longo dos anos para que os profissionais possam identificar essas crianças que demonstram sinais de algum tipo de trauma, não só sexual, para que possamos ajudá-la a sair deste ciclo de violência”, finaliza a superintendente.

 

 

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