Pesquisas mostram que a inteligência do ser humano está regredindo

Objeto de análise desde os primórdios da civilização, a inteligência humana é um mistério tão intrigante quanto a origem do universo. Na cultura ocidental, sua primeira definição remonta à Ilíada, o poema do século VIII a.C. em que Homero narra a história do herói Aquiles e da Guerra de Troia e faz referência à psuche, origem do termo psique, no clássico grego uma força superior àquela que dá vida ao restante dos seres. As dúvidas sobre o que faz os indivíduos serem mais ou menos inteligentes permanecem, mas, ao longo de milênios, o conceito foi sendo destrinchado em estudos científicos sobre os mecanismos que movem o intelecto até se chegar a uma forma de medição padronizada — o teste de Q.I. (quociente de inteligência) — amplamente reconhecida e aceita.

Entra década, sai década, em boa parte do século XX os países mais avançados, principalmente, puderam bater no peito e anunciar com orgulho que o Q.I. médio de seus habitantes subia consistentemente — até a curva começar a cair e a inteligência engatar marcha a ré a partir dos anos 2000. Em sólidos levantamentos, descobriu-se algo constrangedor para a civilização: pela primeira vez, os filhos passaram a ter mentes menos afiadas do que a de seus pais. E como fugir da lembrança de movimentos da atualidade desprovidos de massa cinzenta, como os antivacina, os anti-­instituições democráticas e os anticiência que compõem o lado escuro da polarização ideológica que varre o planeta?

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