Delegado da Polícia Federal é o primeiro brasileiro eleito vice-presidente das Américas na Interpol

Um delegado da Polícia Federal do Brasil foi eleito vice-presidente das Américas para o Comitê Executivo da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), nesta quinta-feira (25), em Istambul, na TurquiaValdecy Urquiza é o primeiro brasileiro a assumir o cargo.

O mandato dele é de três anos. O comitê executivo é responsável por traçar as estratégias da Interpol, definir o orçamento e escolher o secretário-geral, um cargo com amplos poderes na organização.

Na mesma eleição, o general Ahmed Nasser Al Raisi, inspetor-geral do Ministério do Interior dos Emirados Árabes Unidos e alvo de denúncias de torturas na França e na Turquia, foi eleito presidente da Interpol com 68,9% dos votos (saiba mais abaixo).

Valdecy Urquiza recebeu 55,8% dos votos e derrotou o candidato da Colômbia, general Jorge Luis Vargas Valencia, que é diretor-geral da Polícia Nacional daquele país. Em seu discurso, o brasileiro destacou a importância de uma Interpol “mais democrática, transparente e eficiente”.

Na redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, comemorou a eleição de Valdecy Urquiza.

“Fato inédito para o governo brasileiro, fruto de esforço conjunto do Ministério da Justiça e do Itamaraty no governo Bolsonaro”, disse o ministro Anderson Torres.

 

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, comemorou a eleição de Valdecy Urquiza, no Twitter — Foto: Twitter/Reprodução

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, comemorou a eleição de Valdecy Urquiza, no Twitter — Foto: Twitter/Reprodução

Como funciona a eleição

A eleição na Interpol funciona com o sistema de voto único por país. Cada um dos 195 países integrantes da organização pode votar.

A polêmica, este ano, ficou por conta da escolha do general Ahmed Nasser Al Raisi para a presidência. Nos últimos meses, foram apresentadas acusações de tortura contra ele na França, onde fica a sede da Interpol, e na Turquia, país que recebeu a assembleia geral da organização este ano.

O presidente da Interpol tem mandato de quatro anos e ocupa a função em período parcial, de forma não remunerada, a partir de seu país de origem. O estatuto da Interpol concede ao presidente um papel sobretudo honorário. O verdadeiro comandante da organização é o secretário-geral que, atualmente, é Jürgen Stock, reeleito em 2019.

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