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Imagina a cena: durante uma viagem, ‘do nada’, você tem o carro atingido por um tiro. De um lado, mato. Do outro também. E aí, de onde veio o disparo?
Foi isso que aconteceu com uma família no dia 25 de dezembro do ano passado, enquanto trafegava pela BR-262, nas proximidades do município de Miranda, em Mato Grosso do Sul. Por sorte, ninguém foi atingido e o motorista não perdeu o controle da direção.
O veículo tinha uma câmera, que filmou o momento do tiro. O vídeo viralizou e chegou até a Polícia Civil, que passou a investigar o caso e descobriu que a situação era constante na rodovia e que o atirador fazia os disparos aleatoriamente, sem motivo.
A investigação constatou que diversos veículos, no ano de 2021, pararam em postos com vidros quebrados, atingidos por projéteis, disparados na direção do motorista, com casos até de lesões corporais nestes.
Os policiais verificaram ainda que o suspeito ameaçava trabalhadores de postos de combustíveis da região e já havia perseguido um policial militar que o havia conduzido em flagrante em anos anteriores.
Prisão
O suspeito dos ataques, ameaça e perseguição foi então preso: um homem de 59 anos, morador em Miranda, que já respondia por dois homicídios, um deles ocorrido em 2012, também atirando a partir da mata, na BR-262. Na época, o caso foi investigado, porém, arquivado por falta de provas. Agora, diante das novas evidências, será reaberto.
Na casa do homem foram apreendidas uma espingarda de pressão adaptada para disparos de calibre .22, munições de calibre .22, uma munição de calibre 556 e uma maleta com diversas peças para manutenção e reparo de armas de fogo. Um estilingue, com pedras separadas para arremesso, também foi encontrado no local.
A polícia esteve na casa dele em cumprimento a mandado de prisão e de busca e apreensão. Como havia armas no local, foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito.
O suspeito foi indiciado pela tentativa de homicídio referente ao vídeo investigado. Avalia-se a possibilidade de representação para realização de incidente de insanidade mental do autor.