O Banco Central do Brasil (BCB/Bacen) ainda não recebeu autorização para realizar concurso público em 2022. Em resposta à Folha Dirigida, o órgão informou que caso não tenha retorno até o final de maio, poderá fazer um novo pedido.
Os órgãos federais têm até 31 de maio de cada ano para enviarem os pedidos de novos concursos públicos. As solicitações são analisadas pelo Ministério da Economia.
Em 2021, o Banco Central solicitou autorização para um novo concurso Bacen com 245 vagas para as carreiras de técnico, analista e procurador. De acordo com ofício encaminhado ao Ministério da Economia, as oportunidades seriam providas em 2023 e 2024.
Na tabela abaixo, veja a distribuição confirmada pela Assessoria de Imprensa do Banco Central:
Cargo | 2023 | 2024 |
Analista | 100 | 100 |
Técnico | 15 | 15 |
Procurador | 7 | 8 |
TOTAL | 122 | 123 |
O cargo de técnico do Banco Central tem como requisito o ensino médio completo. Os salários iniciais são de R$7.741,31, incluindo o auxílio-alimentação de R$458.
Já o cargo de analista exige o nível superior em qualquer área de formação. As remunerações, depois da aprovação no concurso, são de R$19.655,06.
Para concorrer às vagas de procurador é necessário ter bacharelado em Direito e exercício comprovado de dois anos de prática forense. Após o ingresso, os ganhos são de R$21.472,49 por mês.
Segundo dados de março de 2022, o Banco Central conta com 3.031 cargos vagos em sua estrutura, sendo 2.466 de analista, 138 de procurador e 427 de técnico. Dessa forma, o órgão tem grande necessidade de reposição de pessoal.
Mais de 600 servidores podem se aposentar até 2025
À espera de um novo concurso público, o Bacen vê o número de cargos vagos aumentar cada vez mais. Isso porque a instituição tem saídas regulares por aposentadorias, mortes e desligamentos em geral.
Conforme dados do ano passado, o Banco Central tem 8,87% do quadro de servidores com condição de aposentar. O que representa 313 funcionários, entre técnicos, analistas e procuradores. Até 2025, a projeção é que esse quantitativo atinja 18%.
Se um novo concurso não for autorizado, o Banco poderá perder mais de 600 servidores até o fim de 2025. De maneira que o quadro tenha 2.927 funcionários dos 6.470 previstos na Lei nº 9.650.
Tais números foram apresentados pelo Banco Central em ofício enviado, em 2021, ao Ministério da Economia para autorização de um novo concurso Bacen.
Para além dessa previsão, é preciso considerar que, em média, 32 servidores desligam-se do Banco Central anualmente por motivos outros que não aposentadoria. O que agrava ainda mais o potencial de esvaziamento do quadro.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, compreende que o Brasil passa por uma contingência orçamentária e fiscal, mas pondera que a redução de servidores acarreta risco “ao adequado funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SNF)”.
“A redução da força de trabalho do BC acarreta risco ao adequado funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), na medida em que diminui a capacidade de manutenção de serviços essenciais a cargo desta Autarquia e afeta o desenvolvimento das novas competências que lhe vêm sendo atribuídas por leis e de ações estratégicas definidas para os próximos anos, elencadas na Agenda BC# e alinhadas com as diretrizes e iniciativas do Governo Federal”, disse Neto.
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Último concurso Bacen para efetivos ocorreu em 2013
O último concurso Bacen para efetivos ocorreu há nove anos. O edital trouxe a oferta de 500 vagas para técnicos e analistas.
O Cebraspe (Cespe/UnB) foi a banca organizadora. Os candidatos foram avaliados por prova objetiva sobre Conhecimentos Básicos e Específicos e avaliação de títulos.
Os aprovados também foram submetidos a um programa de capacitação.
As provas foram realizadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Belém, Fortaleza, Recife e Salvador.