Homem que torturou jornalista por três dias agrediu avós e três ex, diz imprensa nacional

Com apenas 30 anos, Fred Henrique Lima Moreira (foto em destaque), o homem acusado de espancar, torturar e manter a namorada, a jornalista Ana Luiza Dias, 37, em cárcere por três dias em Copacabana, no Rio de Janeiro, já foi preso ao menos três vezes. Em sua ficha criminal constam três anotações de violência doméstica, tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, ameaça e desacato.

E não foi a primeira vez que torturou mulher. Em 2011, foi acusado de agredir a mãe de um de seus filhos. À polícia, a vítima contou que, após uma crise de ciúmes, Fred a xingou, socou seu rosto e corpo e, em um ato de extrema crueldade, teria esquentado uma panela vazia no fogo e colocodo na perna e costas dela. Ele alegou, na ocasião, que a mulher se queimou sozinha. Em 2017, foi condenado por tráfico e teve anotação também por roubo, de acordo com levantamento feito pelo G1.

A primeira prisão foi em 2010, aos 18 anos. Ele foi detido em flagrante acusado de roubar uma moto em Copacabana. No mesmo ano, acabou condenado a se apresentar à Justiça, após acordo, por agredir os avós. A pena foi obtida a partir do perdão das vítimas.

Em 2020, assinou um Termo Circunstanciado se comprometendo a comparecer à Justiça por agredir com socos e golpes de telefone uma namorada. Ainda de acordo com o G1, ela disse que, durante as agressões, foi obrigada a fazer sexo oral em Fred, que teria filmado o ato. No mesmo ano, agrediu e privou de liberdade a mãe de seu outro filho. No cárcere, a mulher foi espancada, levou choques e vassouradas.

Solto, ele voltou a repetir a barbárie, desta vez contra a jornalista Ana Luiza. E segue preso, por decisão da Justiça. A vítima só conseguiu escapar do algoz após pedir ajuda ao porteiro do prédio. O Metrópoles teve acesso a câmeras de segurança, que mostram a jornalista fugindo da casa do agressor, na última sexta-feira (29/4), quando Fred saiu e esqueceu a porta aberta.

Antes de ser internada no hospital, foi direto para a delegacia. Durante três dias a vítima disse ter sido agredida com cassetete e soco-inglês em golpes concentrados na região da cabeça.

A vítima teve traumatismo craniano, fratura da mandíbula e diversos hematomas pelo corpo. Além das agressões físicas, Ana Luiza afirmou à polícia que passou três dias sofrendo tortura física e psicológica.

Fred foi preso por agentes da 12ª DP na última terça-feira (3/5), por tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele estava em casa, não ofereceu resistência e com ele foram encontrados o cassetete, um simulacro de pistola e o soco inglês, que teriam sido utilizados durante as agressões.

Perfil violento

À polícia, a vítima disse ter mantido um relacionamento com Fred durante 8 meses, período em que ele já demonstrava um perfil violento. Ana Luiza contou que foi agredida na virada do ano de 2021 para 2022, mas não registrou um boletim de ocorrência.

Segundo Ana Luiza, ele dizia que tinha sofrido muito na infância e, por isso, tinha um comportamento agressivo. No dia 26 de abril, ela foi até a casa de Fred para um encontro comum do casal, até que o homem começou a ofendê-la com acusações de infidelidade e iniciado as agressões.

Ele começou com um cassetete, segundo a vítima. Ana foi golpeada nas pernas, costas e cabeça, até que desmaiasse. Quando retomou a consciência, tentou se alimentar, mas percebeu que seu maxilar estava quebrado, o que impedia a movimentação para fala e mastigação.

A vítima contou que passou a primeira noite em claro, devido aos golpes na cabeça. No dia seguinte, após acordar, tentou gritar para pedir ajuda, mas acabou recebendo um mata-leão de Fred até ficar sem respiração e desmaiar novamente.

Gritos

Durante todo o segundo dia, segundo a vítima, ela tentava gritar por socorro, mas recebia um mata-leão. O ciclo se repetiu por aproximadamente três vezes, disse ela. No terceiro dia, ao acordar, tentou correr até a porta para fugir, mas Fred a puxou pelos cabelos e a jogou no chão. Em seguida, ele aplicou mais golpes em sua cabeça até desmaiar. Ana só conseguiu fugir daquela situação na última sexta-feira (29/4).

Segundo a delegada Natacha Alves, titular da 12ª DP, Fred é um homem altamente perigoso e, de acordo com as investigações, tem uma extensa lista de anotações criminais.

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