Autoridades colombianas continuam investigando a morte do promotor de justiça paraguaio Marcelo Pecci, assassinado durante viagem de lua de mel na manhã de terça-feira (10). Três pessoas teriam participado do crime e a foto de uma delas foi divulgada, na madrugada desta quarta-feira (11), pela polícia.
A caricatura foi desenhada com base em uma foto do autor, que circula na internet. O anúncio da autoridade local ainda informa que a recompensa de R$ 2,5 milhões é oferecida para quem ajudar com informações que ajudem a prender o autor.
“Ajude-nos a identificá-lo! Este é o retrato falado de um dos supostos autores do homicídio do promotor contra o crime organizado paraguaio, Marcelo Pecci, ocorrido em Barú”, escreveu o general colombiano Jorge Luis Vargas Valencia, ao publicar o retrato falado do suspeito.
¡Ayúdenos a identificarlo! Este es el retrato hablado de uno de los presuntos autores del homicidio del fiscal contra el Crimen Organizado de Paraguay, Marcelo Pecci, ocurrido en Barú, #Cartagena.
¡Absoluta reserva! pic.twitter.com/Pr0OUJTA9y
— General Jorge Luis Vargas Valencia (@DirectorPolicia) May 11, 2022
Segundo informações da polícia paraguaia, os suspeitos usaram um jetski para poder chegar à praia de Cartagena , onde estava o promotor e sua esposa, a jornalista Claudia Aguilera, que escapou ilesa do atentado.
Momentos antes de ser morto, Marcelo Pecci e esposa anunciaram gravidez — Foto: Redes sociais/ Reprodução
Por conta do atentado, autoridades colombianas estudam suspender as atividades turísticas na região. O pedido da Procuradoria Geral da República foi enviado ao prefeito William Dau. O documento solicita “a suspensão das atividades de exploração recreativa, esportiva, social e comercial em praias urbanas e rurais e bens públicos, como águas marítimas e áreas de maré baixa, em Playa Blanca, Cholón e outras áreas”.
Pecci, de 45 anos, era o responsável pela Unidade Especializada de Crime Organizado e Narcotráfico do Paraguai. Ele atuou em diversos casos que tiveram repercussão no país. De acordo com textos publicados na página do próprio Ministério Público, Pecci processou pessoas acusadas de pertencer a organizações ligadas ao narcotráfico e de lavar dinheiro para essas organizações.
Procurador morreu em atentado na Colômbia. — Foto: Reprodução
Relembre casos que Marcelo participou
Carro em que as vítimas estavam — Foto: Redes sociais
No dia 9 de outubro de 2021, quatro pessoas foram mortas saindo de uma festa, em Pedro Juan Caballero (PY). Atiradores deixaram o carro em que as vítimas estava cravejado de munições. Assista ao vídeo acima.
Conforme a polícia, as quatro vítimas foram identificadas como: Haylee Carolina Acevedo Yunis, de 21 anos, filha de Ronald Acevedo, governador de Amambay, no Paraguai; Osmar Vicente Álvarez Grance, de 29 anos, conhecido como “Bebeto”; e as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira, de 22 anos, natural de Dourados, e Rhannye Jamilly Borges de Oliveira, de 18 anos, natural de Cáceres (MT).
As vítimas estavam em um veículo com placas do Brasil. Osmar e Haylee seriam namorados, e Kaline e Rhannye colegas da filha do governador paraguaio, todas estudantes de medicina na região de fronteira.
Os suspeitos desceram da caminhonete, se aproximaram do veículo da vítima, atiraram e fugiram. Todos os baleados morreram no local.
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão dele, Roberto de Assis, foram detidos, no dia 6 de março de 2020, no Paraguai após prestarem depoimento à Justiça. Eles são investigados por entrarem no país com passaportes paraguaios adulterados. Assista ao vídeo acima.
Na época, o Ministério Público do Paraguai confirmou que pediu a prisão de Ronaldinho Gaúcho e do irmão por uso de documento público de conteúdo falso. Os dois se preparavam a voltar para o Brasil — o próprio juiz que ouviu os brasileiros havia informado que eles tinham livre circulação para retornar.
Ronaldinho Gaúcho e Assis foram investigados pelas autoridades do Paraguai por entrarem no país com passaportes e carteiras de identidade paraguaias adulteradas. Os dois confirmaram que receberam os documentos, mas o MP local entendeu que ambos “foram enganados em sua boa fé”.
Além dos casos de Ronaldinho Gaúcho e da filha do governador de Amambay, Marcelo atuou nas investigações sobre a execução do jornalista brasileiro Léo Veras. Veja o vídeo acima.
Léo Veras era bastante conhecido em Mato Grosso do Sul por seu trabalho, era o dono de um site policial que produzia notícias da região da fronteira em português e espanhol. Frequentemente ele noticiava situações relacionadas ao tráfico de drogas.