Bolsonaro desembarca nos EUA, onde ficará por pelo menos um mês

O presidente Jair Bolsonaro (PL) desembarcou, na noite dessa sexta-feira (30/12), em Orlando, nos Estados Unidos, onde passará por um “período sabático”. Ele ficará longe dos holofotes por pelo menos um mês. O mandatário deixa o comando do Palácio do Planalto neste sábado (31/12).

Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Jair Bolsonaro se hospedará na mansão do ex-lutador do UFC José Aldo, em Orlando.

A viagem ao exterior fez com que Jair Bolsonaro escalasse o seu vice, Hamilton Mourão (Republicanos), para pronunciamento em rede nacional na noite deste sábado. Trata-se da tradicional mensagem de fim de ano do governo. A declaração ocorrerá às 20h e terá duração de sete minutos.

Assim como acontecerá neste sábado, em 24 de dezembro o atual presidente quebrou uma tradição do próprio governo e de mandatários anteriores ao decidir não fazer qualquer pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do Natal. Foi a primeira vez, nos quatro anos de mandato, em que o chefe do Executivo não discursou à nação nessa data.

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Última live do mandato

Após dois meses sem realizar as tradicionais lives semanais, Bolsonaro fez transmissão nas redes para fazer balanço de sua gestão. Desde que foi derrotado nas eleições deste ano, ele adotou uma agenda fechada, com poucos compromissos oficiais e raras aparições públicas.

O atual presidente disse que o governo de Lula já começa “capenga” e que não irá “jogar a toalha” ou “deixar de criticar” a nova gestão. Ele ainda afirmou que o “mundo não vai acabar em 1º de janeiro”, dia em que iniciará o mandato do petista.

“O quadro que está na frente agora, a partir de 1º de janeiro, não é bom. Não é por isso que nós vamos jogar a toalha, deixar de fazer oposição, deixar de criticar, deixar de conversar com os seus vizinhos, agora com muito mais propriedade, com muito mais conhecimento”, disse Bolsonaro durante sua última live como mandatário do país.

Bolsonaro se emocionou no decorrer da transmissão e disse que deu “o seu melhor” no comando do Palácio do Planalto. “Se cheguei [à Presidência], teve um propósito. Se você está chateado, está constrangido, se coloque no meu lugar. Quantas vezes eu pergunto onde errei, o que podia ter feito de melhor. Eu tenho convicção: dei o melhor de mim. Muito sacrifício de quem estava do meu lado, em especial a minha esposa [Michelle Bolsonaro], minha filha e enteada [Laura e Letícia]. E vocês também sofreram. Sofrem agora”, pontuou.

Fora do poder

Nesta semana, Jair Bolsonaro definiu a equipe que vai acompanhá-lo assim que ele deixar o comando do país.

Na condição de ex-presidente da República, ele tem direito de nomear até oito assessores, que serão remunerados com salários que podem chegar a R$ 13,6 mil e terão despesas com passagens aéreas e diárias de viagens pagas pelo governo.

Pela primeira vez em 34 anos, o atual presidente não terá um cargo político. Para além dos benefícios da posição que ocupou e da aposentadoria a que tem direito pela Câmara dos Deputados, Bolsonaro deve assumir o posto de líder da direita para as próximas eleições. O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, acertou que a sigla bancará as despesas de Bolsonaro a partir de 2023, que será convidado para ser presidente de honra da legenda.

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