“Parem de ceder dados”, alerta a especialista sobre a nova trend envolvendo o aplicativo Lensa

Ao longo dos últimos dias, um aplicativo para edição de fotos ganhou destaque nas redes sociais. Chamado de ‘Lensa’, a novidade do app é a possibilidade de criação de avatares usando fotos reais de uma pessoa por meio de Inteligência Artificial (IA). O recurso, criado pela empresa Prisma Labs, é pago, com pacotes que variam em preço, mas partindo de R$ 10,90 para a criação de 50 avatares.

Foto: Reprodução / Lensa.

Através das redes sociais, Kizzy Terra, Engenheira de Computação formada pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e Mestre em Matemática Aplicada, alertou sobre o compartilhamento de dados pessoais ligados ao aplicativo. “Volta e meia viraliza um app para gerar fotos estilizadas. As problemáticas são sempre as mesmas: cessão de dados pessoais e resultados distorcidos para rostos de pessoas diversas“, disse ela. “É cansativo ter que repetir, mas parece que é necessário, por gentileza: PAREM DE CEDER DADOSO mais impressionante é que dessa vez as pessoas ainda estão pagando para ceder seus dados“.

Muitas vezes, ao concordar com os termos de uso de aplicativos na internet, os usuários não se atentam às especificidades relacionadas aos contratos. No caso do Lensa, ele especifica que ao concordar com a criação de avatares, o usuário concede uma licença perpétua para a empresa usar, reproduzir, modificar, adaptar, traduzir, criar trabalhos derivados e transferir seu conteúdo de usuário.

“Você nos concede uma licença perpétua, revogável, não exclusiva, isenta de royalties, mundial, totalmente paga, transferível, sublicenciável para usar, reproduzir, modificar, adaptar, traduzir, criar trabalhos derivados e transferir seu Conteúdo de Usuário, sem qualquer compensação adicional para você e sempre sujeito ao seu consentimento explícito adicional para tal uso quando exigido pela lei aplicável e conforme indicado em nossa Política de Privacidade”, diz os termos do aplicativo Lensa.

As informações são coletadas pela empresa Prisma Labs, que acaba se tornando a proprietária dos dados pessoas compartilhados pelos usuários.

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