Mulher que chamou motoboy de macaco no Acre pode pegar até 5 anos de prisão

Na manhã desta terça-feira (7), um entregador foi alvo de injúria racial e racismo, no estacionamento de uma farmácia da cidade Rio Branco. Ele gravou com o celular a situação, enquanto uma mulher ainda não identificada o atacava com falas racistas, o chamando de ‘imundo’ e ‘macaco’.

SAIBA MAIS: VÍDEO: mulher cospe em motoboy no Acre e chama negros de ‘macacos’ e ‘quadrilha maldita’

O entregador foi vítima de injúria racial/Foto: Reprodução

O caso foi noticiado em primeira mão pelo ContilNet e será investigado pelo Ministério Público do Acre (MPAC).

Em entrevista exclusiva ao ContilNet, o delegado da Polícia Civil, Samuel Mendes, disse que a mulher “antes poderia responder pelo Art. 140 § 3º, injúria racial, só que teve uma renovação legislativa recente, e ela pode vir a responder pelo Art. 2° da Lei 7.716”. A diferença é o aumento da pena: antes era de 1 a 3 anos, agora, passou a ser de 2 a 5 anos. “E é inafiançável”, continuou.

Delegado Samuel. Foto: Cedida

A Lei mencionada (7.716) diz em seu artigo 2º que “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional tem como pena a reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, além de multa (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)”.

Ainda conforme o delegado titular da delegacia da 2ª regional, a pessoa que sofreu a injúria “pode comunicar o ocorrido diretamente em uma delegacia ou, também, com a mudança da lei, o delegado responsável pela área pode instalar um procedimento de ofício, mas o ideal é que a vítima vá à delegacia comunicar a situação”.

VEJA TAMBÉM: Chamado de ‘macaco imundo’, motoboy vítima de injúria racial vai denunciar agressora

“É possível procurar qualquer regional, que as providências cabíveis são tomadas de imediato, com a instauração de um inquérito policial a respeito do caso”, finalizou.

“Bando de negros malditos”, disse a mulher ao motoboy

Segundo a vítima, as ofensas começaram quando a mãe da autora passou ao seu lado, sem que tivesse feito ou falado nada.

“Rapaz, pessoal, é o seguinte, eu estava aqui no trabalho e essa moça saiu da loja falando besteiras. A mãe dela passou perto de mim, e ela falou assim: “Sai de perto da minha mãe, negro preto”. Aí começou a me xingar, aleatoriamente”, disse Alessandro ao gravar um vídeo após o episódio.

“Vão pro inferno, bando de macaco filha da p*ta. Filma, c*rno. Mostra que tu é um preguiçoso, baitola. Mostra tua cara de [parte inaudível]”, gritava a mulher.

Após cuspir o motoboy, ela grita: “Quadrilha de negro maldita. Bando de negros malditos, preguiçosos e safados. Filma, fila da p*uta*. Filma, baitola. Te veste feito um mendigo, filho da p*ta”.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost