Acre pode alcançar 4 milhões de cabeças de gado até 2031, revela projeção

Projeções foram divulgadas em um artigo que evidencia a pecuária do Acre como a atividade econômica de maior expressão no Acre

Um artigo publicado no site Compre Rural nesta semana, evidenciou o potencial da pecuária de corte do Acre.  Para se ter uma ideia, o setor agropecuário é responsável por aproximadamente 40% do valor bruto da produção do estado, ou seja, já pode ser considerada a atividade econômica de maior expressão no Acre.

O setor já é responsável por 40% de toda a produção econômica do Acre/Foto: Idaf/AC

Na publicação são listado uma série de motivos que contribuira, nos últimos, para o alcançasse números expressivos. O artigo leva em consideração, o aumento substancial no número de cabeças de gado no estado. Segundo a pesquisa, dados indicam que, em 2020, foi registrado um crescimento de 8,3%, alcançando um recorde de 3,8 milhões de bovinos.

Além disso, a relação com o mercado chinês também deve movimentar o mercado de exportações. No Acre, o crescimento de exportações para o país asiático já ficou acima da média no Brasil, com 19,8%.

Com a iniciativa de um complexo industrial e comercial no Acre, em 2019, o governo estadual exerceu uma cooperação estratégica com implantação de modernidade comercial e de serviços no Acre. O investimento foi de R$ 1 bilhão.

Sob orientação do governo acreano, os empresários chineses ficaram responsáveis pela administração da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), onde receberam os devidos incentivos fiscais para que este empreendimento obtivesse sucesso, e com a abertura definitiva do corredor rodoviário, por meio da estrada do pacifico, o Acre se tornaria um centro exportador para países da américa latina, além da china e nações asiáticas.

O governador Gladson Cameli sabe que essa relação com o mercado chinês é essencial para alavancar a economia do estado e o agronegócio do Acre. Em entrevista ao ContilNet, o governador destacou que a China é o segundo maior parceiro comercial do país e lembrou que o Acre está em uma posição estratégica na rota de exportação entre os dois países.

O governador durante a assinatura do decreto de criação do Conselho/Foto: Juan Diaz/ContilNet

“Estamos estrategicamente dispostos como o último estado brasileiro entre o corredor de produção de grãos e proteínas do país e a estrada do pacífico, capaz de ligar os portos andinos à Ásia, de forma mais rápida e lucrativa, entre os mercados brasileiro e chinês”, disse o governador.

Jorge Viana/Foto: Juan Diaz, ContilNet

O presidente da Apex Brasil, Jorge Viana, também já havia dito que a exportação de carnes deve ser tratada como prioridade pelo estado e que o governo federal vem tentando entrar em um acordo com o governo chinês para a exportação de carne. Isso traria milhões de reais pro Acre, e a possibilidade para a habilitação de planta frigorífica é grande. “Vamos fazer uma auditoria online esses dias, eu diria que tem 90 % de chance desse frigorífico ser habilitado”, comentou Viana.

Ele também falou das exportações de porco e frango para o Peru. “Iremos mostrar a qualidade da carne acreana, do produto acreano”, salientou. Jorge fez duras críticas ao governo de Bolsonaro, que brigava com outros países como Argentina, Estados Unidos e China, o que afetava os empresários e as exportações.

Projeções futuras

O artigo também faz projeções para os próximos anos do agronegócio do Acre. Até 2031, as projeções apontam para um aumento expressivo no número de cabeças de gado. Segundo especialistas, estima-se que o estado alcance a marca de aproximadamente 4 milhões de cabeças de gado. Deverá também ter um aumento significativo na extensão das áreas de pastagens. O artigo explica que é esperado que as áreas destinadas à criação de gado aumentem para 2 milhões de hectares até 2031. “Essa expansão é estratégica para acomodar o crescimento do rebanho de forma sustentável, minimizando impactos ambientais”, diz trecho da pesquisa.

Outro fator projetado é o de lotação de animais por hectare. “A projeção de uma lotação de 1,38 Unidade Animal (UA) por hectare indica uma gestão eficiente dos recursos disponíveis. Esse indicador reflete a capacidade de otimizar o uso das terras para garantir uma produção pecuária sustentável e economicamente viável”, explica.

O artigo também elenca quais os principais desafios enfrentados pelo agronegócio do Acre. São eles:

  • Sustentabilidade ambiental: “O Acre, com sua rica biodiversidade e grande parte de suas florestas ainda intactas, enfrenta o desafio de conciliar o crescimento da pecuária com a preservação ambiental. O aumento das áreas de pastagens pode contribuir para o desmatamento, ameaçando ecossistemas sensíveis e impactando negativamente o clima local”, explicou.
  • Dependência econômica: “A alta dependência da economia local na pecuária de corte pode tornar o Acre vulnerável a flutuações nos preços internacionais da carne, mudanças nas políticas comerciais ou surtos de doenças animais. Diversificar a economia para reduzir essa dependência é um desafio essencial para garantir estabilidade econômica a longo prazo”.
  • Pressões de mercado internacional: “A dependência crescente do mercado internacional expõe a indústria pecuária do Acre a flutuações nas demandas globais, regulamentações comerciais e padrões de qualidade impostos por diferentes países. Adaptações contínuas para atender a essas demandas podem ser desafiadoras e exigem agilidade por parte dos produtores”.

Porém, o artigo apresenta algumas medidas que podem diminuir o impacto desses desafios e melhorar ainda mais o setor agropecuário do Acre. O estudo indica que ações como investir em práticas agrícolas sustentáveis, buscar certificações ambientais e de bem-estar animal, alocar recursos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias inovadoras e estabelecer parcerias entre o setor privado, são ideias que devem ajudar nesse processo.

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