Gestora do Corinthians nos esports é cobrada na Justiça

CDS responde a processos judiciais para execução de dívidas e desagrada contratados com pagamentos atrasados, promessas descumpridas e infraestrutura ruim

A CDS, empresa que administra a divisão de esportes eletrônicos do Corinthians, está devendo salários e premiações a jogadores de diferentes modalidades, vem tendo uma série de dívidas cobradas em ações na Justiça e tem provocado a revolta de ex-contratados pelas promessas descumpridas. Os processos judiciais envolvem remunerações pendentes, transferências não pagas, direitos trabalhistas e aluguéis atrasados, em valores que totalizam pelo menos R$ 480 mil.

Jogadores do time de Free Fire do Corinthians em ensaio fotográfico antes da nona edição da Liga Brasileira (LBFF) — Foto: Garena e Whido

Jogadores do time de Free Fire do Corinthians em ensaio fotográfico antes da nona edição da Liga Brasileira (LBFF) — Foto: Garena e Whido

Gestora do Corinthians nos esports desde julho de 2022, quando substituiu a Nomad, a CDS causou insatisfação dos funcionários, com recorrentes atrasos no pagamento de salários, premiações e rescisões, descumprimento de acordos e problemas de infraestrutura, segundo relatos, documentos, processo judiciais e registros de conversas obtidos pelo ge.

A dona da CDS, Tate Costa, alegou que enfrentou problemas financeiros por ter assumido o projeto precisando quitar dívidas da administração anterior, o que causou dificuldades ao fluxo de caixa. Ela assegurou que todas as pendências serão pagas e rebateu outras acusações (confira as respostas completas ao fim do texto). O Corinthians informou que a nova gestão, do presidente Augusto Melo, ainda está se inteirando das atividades de esports.

Valores em aberto no Free Fire

No Free Fire, jogo que é carro-chefe do Corinthians nos esports desde o título mundial de 2019, a CDS costumava atrasar os salários em dias ou semanas, chegando a pagar só 50% da remuneração devida, o que por vezes fazia os pagamentos incompletos se sobreporem, com uma parte ou a totalidade do ordenado de um mês sendo depositada com metade do mês anterior em aberto.

Os jogadores ainda tinham direito a bonificações mensais, limitadas a R$ 1 mil, mas nunca as receberam, apesar de terem cumprido metas de desempenho na 9ª edição da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF), no ano passado, previstas nos contratos.

Depois da LBFF, encerrada em agosto, com o bicampeonato da LOUD, os atletas Vitor “VitinXP”, Murilo “Marreta”, Siandro “Tatu”, Matheus “Kozak” e Gabriel “FON” assinaram distratos, nos quais a CDS se comprometeu a pagar valores em aberto. Dois deles não tiveram as rescisões quitadas.

Embora tenha recebido, da Garena, a premiação de R$ 5 mil pelo 11º lugar da LBFF 9, a CDS não repassou a parte da equipe (50%) para os jogadores.

Um dos integrantes do elenco, o treinador Bernardo “Knight” entrou com ação contra a CDS na Justiça do Trabalho, pedindo reconhecimento de vínculo empregatício e pagamento de verbas trabalhistas e rescisórias, em uma causa avaliada em R$ 44.476,22.

Contratado em fevereiro, Knight acabou demitido do Corinthians em meio à LBFF, segundo apurou o ge, depois de curtir uma publicação no X (antigo Twitter) que falava que a “org não dá suporte e quer que o time desempenhe”. A interação, entendida como indireta, revoltou a dona da CDS, Tatiana Peres Costa, conhecida como Tate Costa.

Ela chegou a ter um sócio, Vitor Ortega, a partir do início de junho, para ajudá-la na operação e na administração das finanças, mas a parceria durou só três meses. Já em meados de agosto, Tate de repente parou de responder às mensagens de WhatsApp de Vitor, ignorando todas as tentativas de contato, em um modus operandi repetido com outras pessoas, de diferentes setores da organização, que constantemente cobravam pagamentos, salários e informações de Tate.

Dívida com aluguéis

Mas o aborrecimento da equipe de Free Fire não se restringia aos constantes atrasos de salário. A infraestrutura deficiente e a irregularidade no provimento de comida eram as outras reclamações.

No início da LBFF, em abril, os jogadores treinavam em um escritório em Cidade Monções, em São Paulo. Porém, a CDS não pagou o aluguel de R$ 15 mil no segundo mês, em maio.

Como consequência, os jogadores precisaram deixar de ir ao escritório e passaram a treinar em três apartamentos alugados pela CDS em um prédio na Vila Olímpia, onde eles moravam desde abril. Só que a CDS também parou de pagar os aluguéis das moradias, deixando os meses de junho, julho e agosto em aberto.

Em processos judiciais iniciados contra a CDS, a administradora dos apartamentos cobra R$ 42.052,86. No caso do centro de treinamento, a dívida é de R$ 16.950,00 – montante com juros que a CDS havia se comprometido a pagar mas não pagou. Em ação na Justiça, a dona do escritório pede, além desse valor, uma indenização por danos morais de R$ 10 mil por suposta violação da boa-fé.

Problemas de infraestrutura e alimentação

Sem o centro de treinamento, os jogadores passaram parte da LBFF treinando sentados nas camas, já que nos apartamentos de residência não havia cadeiras gamers.

— Tinha umas cadeiras, mas não eram gamer e eram ruins de ficar. Os meninos preferiam treinar da cama. Era bem mais confortável — contou um jogador sob condição de anonimato, assim como fizeram quase todos os entrevistados para esta reportagem, por medo de represálias da CDS.

Para se alimentarem, os jogadores pediam comida e eram reembolsados pela CDS. Esse reembolso, porém, ocorria com atraso e, em certo momento, deixou de ser pago. Tanto é que, por um período de cerca de dez dias, os integrantes do time dizem que tiveram de arcar com a própria alimentação sem serem reembolsados. Um dos jogadores, que pediu para não ter o nome divulgado, passou um dia inteiro se alimentando com uma caixinha de chocolate por estar sem dinheiro.

Nas últimas semanas do período durante a disputa da LBFF, Tate chegou a enviar marmitas congeladas, cuja qualidade desagradou parte dos atletas.

— Foi lamentável a nossa passagem pelo Corinthians. Pelo fato de ser um dos times com mais nome no Free Fire, eu não imaginei que passaria o que passei. Era uma angústia de todos os jogadores para acabar logo, ir para casa e parar de passar por aquilo — criticou um dos atletas.

— Nós do time éramos muito unidos, mas, sobre a organização, era triste e sofrido — resumiu outro atleta, em tom de lamentação.

Cobranças de dívidas na Justiça

A Real, uma equipe de esports com a qual a CDS fez negócios, é outra empresa que recorreu à Justiça. Dos R$ 15 mil pela compra de Marreta, a CDS pagou apenas a entrada e duas parcelas, o que fez a Real abrir o processo judicial para tentar receber os R$ 6 mil remanescentes, totalizando R$ 6.396 com juros e correção monetária.

Pela venda de Tatu, a Real chegou a registrar em cartório o protesto de uma dívida de R$ 40 mil, do total de R$ 150 mil acordados na transferência, sendo que o jogador tinha direito a receber 50% do valor, já que possui metade dos próprios direitos econômicos.

A Nomad, que era a administradora anterior do Corinthians nos esports, entrou na Justiça cobrando R$ 90.964,99, porque a CDS só pagou a primeira, de seis parcelas da transferência das operações, o que incluía compra de atletas, despesas administrativas e aquisição de celulares para o time de Free Fire. Entretanto, a Nomad desistiu da cobrança e abandonou o processo.

Salários atrasados no Counter-Strike

Outra ação judicial aberta contra a CDS é liderada pelos jogadores Caio “zqk”, Daniel “danoco” e Felipe “delboNi” e pelo treinador Matheus “Kaos”, de Counter-Strike. Eles reivindicam o pagamento de R$ 43.961,20 de salários atrasados, com correção monetária e juros, e honorários advocatícios.

O time entrou para o Corinthians em julho de 2022, transferido da HUMMER, e deixou a organização em dezembro. Segundo apurado pelo ge, a condição financeira ruim da CDS, que se arrastou para 2023 com valores não pagos, levou à saída dos jogadores.

Em janeiro do ano passado, o Corinthians anunciou a contratação de outro quinteto de Counter-Strike. Os jogadores saíram recentemente, no último mês de 2023, por conta do término dos contratos. Dois dos atletas disseram ao ge que o time não sofreu com atrasos de salários.

— Nosso contrato chegou ao fim e não chegamos a um acordo mútuo para renovação. Saímos sem ter problema algum por parte da ‘org’. Sei que o Corinthians não tem uma fama muito boa nos esports, mas, para nós, realmente foi tudo bem de boa — relatou um jogador do elenco.

Hostel pequeno e comida ruim

No Honor of Kings, jogadores enfrentaram atrasos de salário e problemas de infraestrutura na passagem pelo Corinthians durante a disputa do Campeonato Brasileiro (CHOKBR), de acordo com o treinador da equipe, Guilherme “shad”.

O técnico é um dos dois, de todos os entrevistados pelo ge, que aceitaram ter as identidades reveladas. É que ele não trabalha mais com esports, justamente em razão da enorme decepção que teve ao representar o Timão.

— Foi bem decepcionante porque a gente tinha expectativas muito altas sobre o projeto apresentado para nós. É um marco muito negativo tanto pelo fato de a gente ter que se envolver com processo quanto pelo resultado, e eu não culpo ninguém dos jogadores pelo resultado ruim. Todo mundo tirou o melhor de si em situações em que era impossível tirar qualquer coisa boa de si.

Os jogadores e o treinador assinaram contrato com a CDS em 20 de junho de 2023 e, depois de uns dias de atraso ao que estava inicialmente previsto, viajaram para se encontrar em São Paulo, onde passariam os meses seguintes. Porém, ao chegarem à capital paulista, em 7 de julho, descobriram que teriam de ficar hospedados em um hostel, e não em um hotel, como havia sido prometido.

— A partir dali, começou a ter insatisfação. Não porque a gente buscava luxo, mas porque a gente queria uma condição boa, como havia sido combinado conosco anteriormente — contou shad.

O ex-treinador relatou que reclamou com a dona da CDS, mas que ouviu dela que o time poderia ser mandado de volta para casa.

Eles passaram cinco dias no hostel, em Cidade Monções, em um cômodo apertado, com seis camas em três beliches e um só banheiro para todos.

Na sequência, os integrantes do elenco foram enviados para um hotel de luxo, no mesmo complexo onde estava localizado o centro de treinamento da equipe, no Brooklin Novo.

Em 15 de julho, data de início do classificatório para o CHOKBR, os jogadores receberam, de almoço, uma marmita que tinha uma larva dentro. Eles fizeram o registro da ocorrência em vídeo (assista acima).

— Ninguém comeu as outras. A gente tirou do próprio bolso para comer naquele dia.

Mesmo com os contratempos, a equipe conseguiu a classificação para o CHOKBR com três vitórias e uma derrota, obtendo o 3º/5º lugar da seletiva.

Um dos principais jogadores do elenco, Guilherme “Katrina” desabafou em publicação no X naquela ocasião:

— Classificamos e nem comemorei. Só a gente sabe que o passou. Tiração do c* — escreveu o jogador, em uma mensagem que provocou a ira da dona da CDS, que ameaçou tirar o time do CHOKBR.

Depois da seletiva, os jogadores passaram a se hospedar em um coliving no qual, segundo shad, não tiveram problemas. Mas o estresse inicial deixou sequelas.

Revoltado com a passagem pelo hostel, a necessidade de cobrar o envio de dinheiro para alimentação e o descumprimento de promessas, como ida a um jogo do Corinthians e gravação do anúncio do elenco na Neo Química Arena, Katrina decidiu sair do time.

— Depois entendi como funcionava o Corinthians. Eles tentam enganar todos e fazer de graça. Quer comida? ‘Vou tentar parceria. Se não tiver, vão morrer de fome’. Não tem onde dormir? ‘Vou tentar parceria para não pagar’ — disse Katrina ao ge, também autorizando a veiculação do nome dele.

— Resumindo: é uma pilantra e mentirosa que brinca com o sonho dos outros — arrematou, referindo-se à dona da CDS.

— Já que tudo é amador nesse mundo, quem vende a marca Corinthians para uma pessoa dessa? É vergonhoso. Jamais eu iria ver alguém usando nome de Real Madrid ou Bayern desse jeito.

Mesmo com a classificação para o CHOKBR, os problemas não pararam. Em 20 de agosto, o segundo salário da equipe não caiu, e Tate chegou a dar a justificativa de que tinha usado o dinheiro das remunerações para doação a um caster que estava pedindo ajuda por causa do filho doente, segundo shad.

Com o salário atrasado, em meio ao campeonato, o ex-treinador se reuniu com o gerente geral do Corinthians nos esports e disse que a equipe não jogaria a terceira rodada se as remunerações não fossem quitadas. No dia seguinte, data anterior aos jogos do CHOKBR, o técnico foi demitido em uma reunião realizada pela internet, com a participação de todos os jogadores. Ele recebeu o salário devido no mesmo dia, mas saiu sem outras verbas rescisórias.

O Corinthians jogou normalmente o campeonato, ficou em 6º lugar e não passou para os playoffs, que contaram com os quatro melhores times da fase classificatória.

— Nosso time classificou com a terceira melhor campanha e tinha desempenho bom nos treinos contra equipes boas. Mas todo esse conjunto de preocupações atrapalhou muito o time e o desempenho em si — sustentou shad.

De acordo com o ex-técnico, os contratos dos jogadores acabaram em outubro, ainda com remunerações em aberto. Ele não soube especificar os valores e a natureza dos pagamentos pendentes.

Remunerações em aberto no eFootball

No eFootball, a fama ruim do Corinthians começou ainda com a antiga administradora da divisão de futebol virtual, a 7W Play, empresa que também operou o Cruzeiro Esports com uma série de problemas. E continuou quando a administração passou para as mãos da CDS.

Felipe “Mestre”, Rafael “Rafafiel” e Emerson “Ghalbim”, jogadores de eFootball do Timão a partir de julho de 2022, também têm remunerações a receber, assim como Monik Bisoni, que entrou em outubro daquele ano.

Dois deles, Mestre e Rafafiel, continuaram representando o Corinthians mesmo após o término do contrato, no meio do ano passado, quando não houve qualquer manifestação da CDS para exercer a cláusula de renovação do vínculo.

Ghalbim entrou na Justiça contra a CDS cobrando R$ 9 mil que deixaram de ser pagos, do total de R$ 21 mil de salários previstos no contrato ao longo de um ano.

Durante a tramitação do processo, a Justiça chegou a autorizar o bloqueio de bens da CDS para assegurar o pagamento da dívida. Embora o valor estivesse estimado em R$ 10.054,90 em agosto, só foram encontrados R$ 335,35 em uma das seis contas bancárias em nome da empresa.

Em outubro, o jogador e a CDS selaram um acordo para pagamento de R$ 9.719,55 em parcelas. Mas a Justiça recebeu notificação de que a gestora descumpriu o acordo.

Respostas da CDS

Tate deu entrevista ao ge para tratar das acusações. Ela admitiu problemas financeiros, culpando o passivo assumido da gestão anterior e de dificuldades no fluxo de caixa, e rebateu outras informações.

Sobre os pagamentos em atraso, a empresária sustentou que, quando assumiu o projeto do Corinthians nos esports, precisou pagar dívidas da administração anterior, enquanto mantinha uma operação cara no Free Fire.

Ela alegou que não tinha como pagar no quinto dia útil do mês necessariamente, mas sim quando recebia verbas dos patrocinadores, e lembrou que a Garena deixou de dar auxílio de custo aos participantes da LBFF no ano passado.

Sobre alimentação, Tate argumentou que, inicialmente, enviava marmita, mas que os jogadores preferiram o reembolso e depois reclamaram do valor. Ela disse que, ao mandar marmita novamente, os atletas acharam a qualidade dela ruim. Em relação aos dez dias sem reembolso, a empresário sustentou que isso havia sido acordado com o time, por meio do gerente, para pagamento único depois desse período.

Quanto às bonificações na LBFF, Tate inicialmente disse que o time não havia atingido as metas previstas em contrato. Depois, ao ser confrontada com a informação de que parte delas tinha sido alcançada, a empresária argumentou que não aplicou multas que resultariam em deduções de salários por comportamento inadequado dos jogadores, dando a entender que não pagou as bonificações em troca de não multá-los.

Tate respondeu que não sabia se a premiação da LBFF 9 havia sido repassada aos jogadores.

Sobre a demissão de Knight, a empresária disse que descobriu que o treinador “não dava treino e ficava dormindo à tarde”. Mas isso só depois da dispensa. Ela contou que, quando viu a curtida à publicação com crítica, já estava insatisfeita e ouvia boatos sobre desempenho ruim dele.

— O Knight vai receber a rescisão dele, eu sei que tem a rescisão. Mas vai sofrer para isso. Vai ter que ir atrás. Eu não vou ficar brigando por esse valor, até porque eu paguei muito mais para ele do que está em aberto da rescisão — declarou Tate.

Quanto aos aluguéis de apartamentos e centro de treinamento, Tate disse que um novo investidor irá arcar com os atrasados e que irá discutir valores na Justiça. Ela defendeu que, “em nenhum momento, isso atrapalhou a vida dos jogadores”, embora os jogadores de Free Fire tenham ficado sem ter onde treinar depois de um mês.

Sobre os processos judiciais de empresas contra a CDS, Tate assegurou que irá arcar com todas as pendências.

— Contas que eu tenho em aberto vão ser sanadas. Mais cedo ou mais tarde, vão ser pagas. O que eu não vou pagar é coisa que eu não acho justo.

Especificamente em relação à cobrança da Nomad, a empresária argumentou que a antiga gestora do Corinthians nos esports desistiu do processo judicial porque tanto a CDS quanto o Corinthians tinham várias provas contra a empresa.

Quanto ao time de CS que abriu processo, Tate declarou que “eles podem ir na Justiça, porque eu não tenho contrato com eles”. Segundo a empresária, o time inicialmente estava vinculado à HUMMER e não quis assinar o contrato com o Corinthians.

— Na hora que eu vi que eles estavam negociando com o Flamengo por de trás de nós, por isso que não queriam assinar conosco, eu falei ‘vamos fazer distrato’, um acordo pelos meses jogados. Eles também não assinaram. Então temos de resolver de outra maneira.

Sobre Honor of Kings, Tate deu a versão de que, embora a classificatória para o CHOKBR fosse online, os jogadores pediram para jogar juntos, presencialmente, antes do que seria inicialmente a viagem. Por isso houve a necessidade de uma estrutura provisória, do hostel.

— Foram cinco dias no hostel até liberarem o Sheraton. Era o Sheraton, durante a semana de competição, onde eles iriam ficar e onde eles ficaram — alegou Tate.

— Quando eu falei de voltar para casa, se não queriam ficar no hostel, o que eu poderia fazer? Não tinha hotel ainda. Não era ‘volta para casa e não jogamos’. Era ‘volta para casa e jogamos a classificatória online e depois vocês vêm’.

Ela admitiu que o hostel não era adequado, mas sim uma solução provisória diante do desejo do time de se reunir antes do previsto.

— Eu já dormi em beliche. Se você acha que o jogador tem que morar em mansão, a gente vai ter muita discordância sobre isso. Foram cinco dias de hostel contra dois meses e meio de hospedagem boa. Eu nunca os deixaria hospedados naquilo por três meses.

Sobre os salários de Honor of Kings, Tate contou que a Tencent, a desenvolvedora do jogo e organizadora do cenário competitivo, fiscalizava os pagamentos e sustentou, ao contrário do que disse o treinador shad, que não há qualquer pendência em aberto.

Quanto à comida que chegou com larva, Tate apontou que “isso pode acontecer em uma salada”, em um universo de 60 marmitas que eram distribuídas por mês ao time.

— Quantas vezes você pede no iFood uma comida que não vem tão boa quanto é? Desculpe, uma marmita ruim em milhares é realmente absurdo falar isso.

Em relação às ameaças de tirar o time do CHOBR, Tate declarou:

— Se você está tão infeliz e você dorme mal, come mal e faz tudo mal, se você não pede demissão, você está pedindo para ser demitido, concorda? Você não pode sair falando no Twitter o que você quer. Não pode!

Quanto às promessas descumpridas, Tate disse que, devido às mensagens supostamente grosseiras dos jogadores da equipe, “óbvio” que não haveria gravação no estádio do Corinthians.

Sobre a demissão do treinador, Tate disse que o shad “mandou mensagens horrorosas para mim e para outras pessoas falando de mim”, com xingamentos, mas não quis mostrar as prints delas.

— Eu não vou ficar printando e compartilhando. Mas, se for para Justiça, eu tenho provas.

Sobre os jogadores de eFootball, Tate admitiu os atrasos de salários e ressaltou que Mestre e Rafafiel continuam representando o Corinthians. Ela disse que os dois não estão recebendo remuneração, mas destacou que o tempo de ambos está contando para um acerto futuro das pendências.

Quanto a Ghalbim, a empresária disse que ele é palmeirense (na verdade, o jogador é corintiano) e não queria continuar jogando pelo Corinthians e alegou estar em contato com o advogado dele para cumprir o acordo homologado na Justiça.

— Nada eu vou deixar de pagar. Do que eu devo e do que é justo, nada eu vou deixar de pagar.

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