As possíveis ameaças de morte ao prefeito reeleito de Rio Branco Tião Bocalom (PL), reveladas na noite de terça-feira (15), serão levadas ao conhecimento da Polícia Federal, com pedido de investigação. A informação foi divulgada pela assessoria do prefeito.
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O próprio Tião Bocalom, que teve que abandonar sua casa, no Residencial Ipê, em Rio Branco, não deve comparecer à sede da Superintendência da Polícia Federal em Rio Branco, nesta quarta-feira (16). Sua agenda e atividades externas também continuam suspensas.
Formalmente, a Polícia Federal no Acre já está a par da situação, revelou uma fonte da Prefeitura. As informações passadas pela direção da Polícia Civil do Acre (PCAC) alertando o Gabinete Militar da Prefeitura, que cuida da segurança do prefeito, foram compartilhadas com a Secretaria de Segurança Pública e desta com a Polícia Federal.
O caso também deve repercutir em Brasília. O senador Márcio Bittar (UB-AC), que deverá ser padrinho de casamento do prefeito Tião Bocalom com a advogada Kelen Nunes, previsto para o próximo dia 28, deverá levar o caso a pronunciamento no Senado Federal nesta quarta-feira (16). Márcio Bittar se disse alarmado e preocupado com as informações dando conta de que o prefeito seria assassinado por uma facção criminosa ontem, na terça-feira.
Bittar era amigo pessoal do governador Edmundo Pinto, assassinado no exercício do mandato num hotel em São Paulo, em 17 de maio de 1992, assim como também é amigo de Bocalom.
“Eu e o Bocalom somos políticos que estamos nas mesmas trincheiras de lutas há 30 anos, mas nos últimos dois anos, nossa relação se aproximou ao ponto de eu ter sido convidado para ser padrinho do casamento com a dona Kelen, que é também uma pessoa maravilhosa. Por isso, fiquei muito preocupado quando eu soube das ameaças e até liguei para o prefeito mas não consegui falar com ele e manifestei minhas preocupações à dona Kelli”, disse o senador.
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Márcio Bittar lembrou que a situação é muito grave não só porque se trate de ameaças a um prefeito, mas, principalmente, contra uma autoridade constituída. “Não é que a vida do prefeito ou de qualquer outra autoridade seja mais importante do que a de um favelado. É que, quando uma facção se acha no direito de matar uma autoridade do Estado, ela está desafiando o próprio Estado brasileiro e isso é perigoso porque é uma ameaça ao Estado Democratico de Direito verdadeiramente. Por isso, todas as providências têm que ser tomadas”, acrescentou Márcio Bittar.