As eleições para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) têm importância que transcende o ambiente jurídico. A atuação de uma instituição independente e vigorosa, composta por advogados comprometidos com a ética e com a democracia, é um pilar essencial para a manutenção da Justiça e, por extensão, da própria sociedade brasileira. A Constituição Federal de 1988 reconhece a advocacia como função indispensável à administração da Justiça (Art. 133), e, nesse sentido, a OAB desempenha um papel não apenas como defensora dos direitos e prerrogativas dos advogados, mas também como guardiã dos valores democráticos e das liberdades civis.
Em um período em que se observa um crescente clamor por maior inclusão e respeito ao pluralismo de ideias, o papel da OAB precisa se firmar como um ponto de convergência da diversidade. Divergências são parte natural da democracia, essenciais para seu funcionamento e para o enriquecimento do debate. Contudo, a divergência deve estar alicerçada no respeito mútuo. Nas eleições para a OAB, é fundamental que os advogados recordem que, embora se encontrem momentaneamente em campos opostos, são colegas e partilham o mesmo compromisso com a Justiça. Trata-se de uma disputa de projetos, não de pessoas; de ideias, não de inimizades. Assim, o respeito entre adversários deve sempre prevalecer, lembrando que todos são parte de uma só classe profissional.
Cada gestão da OAB deixa suas marcas e contribuições para a advocacia. No entanto, a administração de Rodrigo Aiache destaca-se particularmente por uma postura de inclusão e acolhimento que rompe com estruturas fechadas e cliques, tão prejudiciais ao desenvolvimento e à representatividade da instituição. Rodrigo trouxe avanços significativos, ampliando o espaço de participação, acolhendo todas as vozes e dando passos firmes na direção de uma Ordem mais plural e acessível. Sob sua liderança, a OAB Acre abriu-se para todos os advogados, independentemente de suas origens ou convicções, buscando o fortalecimento coletivo da classe em detrimento de preferências ou favoritismos.
Além dos avanços em representatividade e acolhimento, a gestão de Rodrigo Aiache pautou-se por ações concretas que fortaleceram a advocacia no Acre. A transparência administrativa, a defesa enfática das prerrogativas e o constante diálogo com advogados de diferentes perfis evidenciam uma gestão comprometida com o progresso da classe. Há inúmeras realizações concretas como a inauguração de diversas salas da advocacia na capital e no interior, com destaque à da Polícia Federal e a do Bope; a Caravana das Prerrogativas, que visitou quase todos os municípios; implementação de uma política de transparência rigorosa por meio do Portal da Transparência; ampliação dos escritórios corporativos e a reabertura do atendimento na OCA, que empodera sobretudo a jovem advocacia; fortalecimento da ESA, com uma nova estrutura, cursos rotineiros e a presença constante de palestrantes de renome nacional como Ércio Quaresma, Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), Nelson Williams… TEVE MUITO TRABALHO! Rodrigo trabalhou incansavelmente para assegurar que todos os advogados tivessem espaço para contribuir e para sentir-se verdadeiramente parte de uma instituição que os representa. Esse esforço é visível e tangível, e, por isso, sua recondução à presidência da OAB é não apenas um reconhecimento de seu trabalho, mas uma necessidade para o prosseguimento dessa transformação.
Vale destacar que a chapa liderada por Rodrigo Aiache é a mais plural entre as candidaturas. Embora Rodrigo sofra ataques devido ao seu vínculo familiar com o ex-prefeito/governador/senador Jorge Viana (seu sogro), é importante esclarecer que, ao longo de sua gestão, jamais pautou suas decisões em função desse relacionamento. Inclusive, em um gesto de ética e transparência, Rodrigo afastou-se temporariamente da presidência da OAB quando Jorge Viana candidatou-se ao governo do Acre, demonstrando um compromisso com a imparcialidade que não pode ser ignorado. A integridade de suas decisões sempre esteve acima de vínculos pessoais, o que reafirma sua capacidade de liderar a OAB com independência.
Rodrigo Aiache é (a meu ver), em essência, um conservador; aliás, ele é evangélico, uma característica que enriquece a diversidade de nossa Ordem. Embora tentem rotular essa disputa como um embate entre direita e esquerda, esquecem-se de que a Chapa 7 é composta por profissionais dos mais diversos espectros políticos e ideológicos. Entre os apoiadores estão advogados como eu, que não integro a chapa mas apoio a candidatura de Rodrigo, sendo eleitor de Gladson Cameli e Tião Bocalom. Contamos também com figuras como Marcelo Zamora, de tradicional família ruralista, e Leandrius Muniz, que se autodenomina ultradireitista, além de colegas de esquerda e outros que não se percebem em nenhum espectro político. A verdade inegável é que a Chapa 7 tem um compromisso com a advocacia que transcende a política ideológica e partidária, prezando pela defesa de nossa profissão e das prerrogativas dos advogados acima de divisões políticas.
Na Chapa 7, a escolha da advogada criminalista Thaís Moura como candidata a vice-presidência também é um reflexo do compromisso de Rodrigo Aiache com uma advocacia inclusiva, onde todas as especialidades são valorizadas e respeitadas. Durante sua gestão, os advogados criminalistas deixaram de ser vistos como os “patinhos feios” da profissão; ao contrário, Rodrigo promoveu um ambiente onde esses profissionais, que enfrentam a estigmatização e preconceitos constantes, passaram a ter vez e voz na OAB. A presença de Thaís Moura como vice reforça essa postura de valorização, simbolizando o reconhecimento da advocacia criminal como essencial à Justiça. Esse compromisso se expressou também na atuação de Helcínkia Albuquerque, conselheira federal, professora e criminalista, que foi uma das responsáveis por trazer ao Acre o Congresso Nacional de Direito Penal, Processual Penal e Valorização da Advocacia Criminal, um marco para a categoria. Ao integrar Thaís Moura, Rodrigo demonstra seu respeito por todos os segmentos da advocacia, reconhecendo a relevância dos criminalistas na defesa dos direitos e garantias fundamentais, e reafirmando seu compromisso com uma gestão que acolhe e representa todos os advogados, sem exceções.
Rodrigo Aiache não só conduziu a OAB com habilidade e responsabilidade, mas também demonstrou que uma liderança inclusiva e plural é o caminho para a advocacia acreana. Nesse momento decisivo, é fundamental que os advogados reconheçam a importância de uma gestão que tem como foco a valorização da classe, a transparência e a equidade. A recondução de Rodrigo Aiache representa a continuidade de um projeto que se dedica a fortalecer a OAB e a garantir que todos os advogados, independentemente de sua origem ou inclinação política, possam encontrar na Ordem o apoio e o respeito que merecem.
Este é o momento de reafirmarmos o valor da união e da ética. Rodrigo Aiache encarna, sem dúvida, a liderança que a advocacia acreana precisa para manter-se forte, independente e plural, sempre em prol da Justiça e da sociedade.
*Advogado; sócio fundador do escritório MGR – Maia, Gouveia & Rocha Advogados; Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela Faculdade Gran; Especialista em Advocacia Cível pela Fundação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (FMP); Membro da Comissão de Advocacia Criminal, e Conselheiro Seccional da OAB/AC.